domingo, 25 de novembro de 2007

Teatro, cinema, show e trabalho!

Esse mês de novembro foi e está sendo muito agitado... Na verdade, apesar de minhas 40 horas (20 em sala de aula e 20 na vice-direção) eu não deixo de sair! Trabalho da 7h 30min às 17h 30 min, sobra tempo se a gente não o perder na frente da TV. No computador até que levo um tempo, mas eu considero esse tempo com o micro algo produtivo.

Jogar uma citação do Marx aqui não é entedê-lo... eu não pretendo ser intelectualóide, mas pense, quanta gente bacana escreveu coisas realmente importantes! Quantas coisas há pra ler, pensar, reflexionar... e leva um tempo também... Mas uma novela leva mais de uma hora...quantos brasileiros sem tempo passam uma média de pelos menos três horas na frente da TV??? E desligam sem absolutamente nada que os torne melhores... mais conscientes ou mais produtivos... mas o papel da TV talvez seja esse mesmo. Entretenimento sem maiores interesses...

"Tal como na religião, a atividade espontânea da fantasia, do cérebro e do coração humanos, reage independentemente como uma atividade alheia de deuses ou demônios sobre o indivíduo, assim também a atividade do trabalhador não é sua própria atividade espontânea. É atividade de outrem e uma perda de sua própria espontaneidade." (Marx, 1844)

Sair e me divertir inclui todos os tipos de programas, mas nesse mês foram muitas atividades mesmo! Há quem diga: "Ah, mas eu não tenho tempo!" O tempo é uma questão de prioridade! Se a prioridade é (nas palavras de Cara Pálida) "uma busca desenfreada pelo conhecer", você fatalmente vai dar seu jeitinho. Se a prioridade é o capital... bom, o capital é o problema de uma parcela da população que o detém... ficam escravos dele e do que ele proporciona...tão cegos que nem percebem o que de fato estão perdendo nesse ganhar limitante e castrador. E é um problemão também para aqueles que n]ao têm... Ter e não ter são conflitos bem semelhantes...

Então, não e diga que não tem tempo... Você tem 24 horas por dia a cada dia. Se trabalha tanto que não dá prioridade ao seu lazer, o seu trabalho pode ser alienado e alienante... e você não vai poder se auto-justificar porque não viu seus filhos crescerem depois... a vida é feita de escolhas!

Os gregos antigos eram extremamente criativos, mas adoravam lazer! E ainda por cima freqüentavam ginásios... Dá pra imaginar os grandes filósofos com suas túnicas brancas e corpos saradinhos? Atualmente é comum que no meio acadêmico e científico a gente tenha verdadeiros "doutores do saber", inteligentes... num corpinho descuidado ou uma aparência relaxada. Certas áreas parece que determinam isso... Até na forma como os estudantes de determinados cursos se vestem a gente pode perceber padrões. Claro que isso não é uma regra geral... aliás, nada é regra geral...

Sim, mas os que têm acesso a cultura, hoje e no passado, geralmente têm algum poder aquisitivo. Teatro, cinema e shows também custam dinheiro! Num país de salário mínimo ínfimo e muito desemprego, pareço estar falando absurdos abomináveis.

Mas existem as opções gratuitas. De 1 a 10 de novembro mesmo, ocorreu o Festival Nacional de Teatro da Bahia - 1ª Edição. Vi duas peças desse Festival. Na sala do Coro do Teatro Castro Alves assisti com Mamy "O dia seguinte"(paga) e outra no Teatro Gregório de Matos (que está em reforma!), o irreverente "Zona contaminada". Rapaz, ótimas montagens. Não escrevi sobre elas a época e outro dia, quando surgir alguma coisa que me remeta a elas, com certeza eu comento.

Vi "de grátis" também, no final de outubro, "O doente imaginário", de Molière, numa versão da Troupe de Théâtre de L’Alliance Française (http://www.afbahia.com.br). A peça não era gratuita, você pagava se quisesse e havia um preço sugerido de R$10,00 a inteira. Sabe aquele dia que seu dinheiro é de plástico? Então, lá não aceita Visa e eu fui de graça mesmo...

Ri "de me acabar" com Drummond de Castrono, que só descobri que era ele devido ao blog "pensamentos em Labirinto" (http://cajaiba.blogspot.com) já que a ficha técnica publicada no site da Aliança tá muito mal feita!!!

Ele faz o Dr. Diafoirus, médico que pleteia a mão da Angélique... Ele diz muito engraçado pra ela (que não o quer porque está apoixinada por Cléante) "Qual é o meu problema? Eu sou gatinho!" Essas coisas, narradas aqui não se aproximam da realidade... O "eu sou gatinho" nós (Mamy e minhas irmãs) incorporamos ao nosso dia-a-dia. Assim como qual é o MEU problema...

Aliás, quando eu digo fulano é "gatinho" é porque eu considero também o aspecto estético-conceitual, sabe? Um troço que serve pra pontuar que existe um ser ali também, acessível... Por exemplo, Pablo Gentilli... um gatinho! (risos) Claro que adoro os textos dele! Que a admiração parte de um ponto filosófico... mas às vezes chega num ponto fisiológico também... pura fantasia! Por que não?

Fui procurar uma foto dele e a achei justamente num texto do Menandro Ramos. Que coisa legal encontrar Menandro virtualmente. Já fomos de ônibus à Brasília participar de um grande protesto contra a Reforma Universitária... acho que em 2005... Eu não sei... a memória não é das melhores... talvez antes... Que ano foi Menandro?
(http://www.faced.ufba.br/~menandro/textos/forum_mundial_de_educacao.htm)
Ah, quando eu digo fulano é "charmoso", eu tou dizendo que a pessoa não é fisicamente bonita, mas a personalidade é tão interessante que extrapola o físico. Pô, quanta gente charmosa...

Por hoje é só...

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