quinta-feira, 28 de abril de 2011

As Amazonas do Sul - Capítulo I



O dia começava a raiar no Reino das Amazonas do Sul.






No dia anterior, doze amazonas de variadas idades sairam para caçar e pescar num dos braços do Rio Amazonas. Tês delas acamparam para voltar no dia seguinte com a justificativa de que precisavam ir coletar pedras coloridas na caverna. Singra, responsável pelo grupo permitiu, pois Göel tinha autonomia para fazer opque quisesse... e se ela queria ir na caverna, teria mesmo de ir...






Svana, Mist e Göel traziam oito prisioneiros fortemente amarrados.



Rhota os mirou de perto, um a um. Muito interessante um deles. Era mais alto do que os demais, algo em torno de 1,95m, cabelos e olhos castanhos. Nada de espetacular, mas parecia ter uma seriedade, algo difícil de explicar. Ela não era a única que tinha reparado no estrangeiro...






- Onde encontraram esses invasores? Perguntou Rhota.



- Muito perto da caverna... dormiam quando chegamos lá e não foi difícil capturá-los... Respondeu Mist



- Mas eles são em mairo número que vocês e pelo que vejo possuem armas avançadas... Retrucou Rhota.



- Usamos a erva do sono... Respondeu Svana.



A "erva do sono" era encontrada no alto de algumas árvores típicas da região. Quando queimadas, produziam um odor característico, altamente entorpecente e que depois de alguns minutos de inalação induzia a um sono paralizante de pouco mas de meia hora. As amazonas o usavam para facilitar a captura de animais que não desejavam abater com suas flechas ou para humanos fora de batalha. Elas usavam uma espécie de máscara para se proteger dos efeitos do gás, feita de couro de jacaré e com um antídoto, embebido em algodão. Algumas sequer necessitavam da máscara, visto que o uso da "erva do sono" em alguns dos rituais dessa casta ia produizindo paulatinamente uma espécie de tolerânicia aos efeitos da potente droga. Em grandes quantidades a "erva do sono" poderia produzir a morte por asfixia e paralização do diafragma. Em doses muito pequenas, produzia um torpor leve e uma certa predisposição ao riso e ao desejo sexual.






- Estavam num acamapamento perto do rio, próximo a entrada da caverna. Dormiam e continuaram dormindo com a erva... só aquele ali montava guarda (disse apontando para um sujeito baixinho de olhos verdes e cabelos encaracolados que chegavam aos ombros)... Não foi difícil rendê-lo. Explicou em tom de ironia Göel.






- Muito bem... tentaram saber o que queriam?



- Falam uma língua muito estranha... aquele ali (disse apontando para o que seria ser o líder do grupo) parece nos entender, mas não disse nada para nós ainda...






Realmente, Hanstier Wagner era o líder da expedição que buscava explorar o que aquela terra oferecia: pedras preciosas! As tais pedras coloridas na caverna nada mais eram do que esmelradas! Todas as amazonas usavam adornos, braceletes e colares muito elaborados contendo pedras semiprecisoas e preciosas. Para elas, não havia nenhuma preocupação com valores dessas pedras. Eram apenas ornamento e tinham valor estético. Um dos seus prisioneiros era hábil ouvires e foi poupado justamente por produzir belas peças que eram realmente jóias. Resistentes e grandes, pois o ouro abundava na superfície dos rios e havia uma jazida de díquel e prata nas redondezas.






O ouvires, Césare era italiano e foi capturado há cerca de vinte anos. Com a permissão e ajuda daa amazonas, montou seu laboratório e oficina numa das casas de madeira nas árvores. Trouxe consigo seus instrumentos de trabalho e muitas ferramentas foram adaptadas. Nada era complexo demais para ser produzido por aquele homem, que ao se apaixonar por Ritza (e ela por ele), pôde manter-se na comunidade e "quebrar" uma das leis de maior contestação entre as amazonas, especialmente as mais jovens: o de não poderem estabelecer uma relação duradoura com os homens.






Nesse quesito, essa sociedade matriarcal tinhas suas regras e formas de se manter longe de todo o resto da humanidade. Elas, apesar de sua natureza guerreira, viviam pacificamente com a natureza, sem necessidades de conquistas ou guerras. Eram descendentes de um grupo de amazonas que foi aprisionada e levada como escravas para aquela distante região.






O processo de libertação das ancestrais dessa tribo não foi simples nem instantâneo. A quase que total dizimação do grupo masculino ao mesmo tempo pela malária favoreceu que a tomada do poder pelas Amazonas fosse um sucesso. Elas não desenvolviam a doença, apesar de estarem expostas aos mosquitos transmissores tanto quanto os homens... Mas o fato é que ao promoverem sua libertação dos homens que as mantinham como servas e subservientes, retomaram o seu antigo estilo de vida, com algumas modificações. Com o passar dos anos, sem grupos rivais nas proximidades, as Amazonas do Sul foram se tornando mais apaziguadas. Mantinham algumas de suas tradições, mas o "Conselho das Anciãs" era bastante sábio para entender as mudanças que o o contato com outras culturas produziu...






Voltando ao dia da prisão de parte da equipe de Hanstier...






- Se você fala minha língua, melhor que se comunique comigo... evitará maiores problemas para vocês. Disse Rhota, retirando a venda e olhando firmemente nos olhos do líder.



Repetiu a pergunta em inglês... em alemão... em português...



O líder respondeu num português cheio de sotaque alemão.






- Quem são vocês? Por que nos aprisionaram? Não lhes fizemos nada!



- Nada? Invadiram nossos domínios... Temos regras muito claras aqui. Não podemos simplesmente deixar que o povo de fora saia daqui e revele nossa existência. Uma vez no nosso meio, vocês não mais poderão sair. E nem pensem em escapar... é impossível sair daqui sem conhecer o caminho.






Nervoso, Hanstier começou falar em alemão...



- Podemos negociar... temos gente lá fora que pagaria muito bem a vocês pela nossa liberdade!



- Quem se importa com pagamentos? Olhe em volta! Temos tudo que precisamos aqui! Não existe moeda aqui... seu pagamento não nos interessa!



- Você não é igual às outras! Fala muito bem o alemão... Quem é você?






De fato, Rhota era ruiva, enquanto as legítimas amazonas, que agora eram anciãs, eram todas morenas. Rhota chegou a comunidade quando tinha 22 anos. Estava num intercâmbio cultural numa Universidade do Acre quando um grupo de colegas montou o que seria uma "excursão em busca das Amazonas". Lendas e crenças falavam de mulheres guerreiras que habitavam regiões próximas e sempre que algumas expedição ou grupo de pesquisadores sumia na floresta amazônica, a possibilidade de estarem com as "Amazonas do Sul" era aventada. Rhota e seu grupo, a maior parte formada por jovens universitários e 4 intercambistas, totalizando vinte pessoas desapareceram misteriosamente há cerca de 16 anos. Buscas foram feitas e depois de seis meses o caso foi arquivado e o grupo dado como morto.






Nem todos sobreviveram quando foram aprisionados e por varidos motivos. Um dia trataremos desse dia e dessas pessoas. Rhota e Guadalupe, originária do Peru, foram as únicas que continuavam na tribo até os dias atuais.






- Não lhe interessa que eu sou! Quem são seus homens? Vamos fale! Disse Rhota em tom rude.



- Somos uma euquipe de pesquisadores e estamos aqui para mapear e coletar espécies end~emicas dessa área...



- Ah, equipe de pesquisadores... Falou Göel com garnde interesse... Mama, posso ficar com aquele ali? Seá mais fácil se nós falemos com eles em separado, não acha?






Göel era a filha mais velha de Rhota com um dos colegas da expedição. Nos seus quase 15 anos de idade era uma jovem muito corajosa e desenvolvida. Era impossível precisar a idade de uma amazona. Dentre os seus segredos estava uma poção, feita com ervas e alguns animais desconhecicos que evitavam o envelhecimento celular. Rhota e Göel pareciam irmãs e não mãe e filha. Talvez o estiloi de alimentação, exercícios diários e despreocupações comuns do resto da humanidade também agissem de forma diferenciada sobre o corpo delas. E Göel era voluntariosa e teimosa! Sua mãe não soube lhe impor oslimites que impunha às demais... e sim, havia "adolescência" entre as Amazonas do Sul... Com todas as suas inquietações e peculiaridades.






- Leve-o. Mas Mist vai junto com você.



- Vamos! Disse ela para o objeto do seu desejo desde que o vira... Como é o seu nome?



- Muito estranhas vocês... Que línguas mais você fala além da minha ?(No caso, português)



- Perguntei seu nome...



- Dá pra tirar minha venda? Quero ver com quem estou falando?



- Não... (E empurrou o alto Quilles, fazendo-o tropeçar).



- Ei, onde estão suas boas maneiras?



- Bem aqui (E enconstou a sua lança nas costas dele).



- Tá, tá... meu nome é Quilles e o seu?



- Ah... que original... isso é um apelido?



- Importa?



- Não tem nenhuma relevância... senta (Haviam chegado na árvore de Göel).



- Mist, você não precisa ficar aqui com a gente. Posso interrogá-lo sozinha! (Disse na sua língua específica, que chamarei de Dual)



- Sua mãe pediu pra ficar e eu tenho que ficar... não vou não!



- Faça o seguinte, preciso de um pouco de thcai... não tenho aqui...você tem?



- Tenho... mas não posso sair de junto de você...



- Claro que pode... lembra do meu bracelete azul?



- Aquele que só você tem ? (Se referia a um presente de Cesare, dado no dia dos seus quinze anos, feito em ouro e água marinha)



- É seu... se você for pegar o tchai...






Os olhos de Mist brilharam... o bracelete era o tipo de adereço que ela gostaria de ter, mas não tinha. E era algo único... Pensou que não haveria nenhum mal em ir buscar o tchai... e foi...



- Vou buscar...volto rápido...



- Não tão rápido... (e retirando a venda de Quilles) Olhe bem, vou afrouxar seus nós para você subir na corda. Se tentar qualquer coisa, morre, entendeu?






Quilles olhou com curiosidade para quela jovem alta e morena. Nunca tinha visto uma criatura tão singular. Göel era a mistura de uma mãe ruiva e um pai asíatico. Tinha olhos puxados e verdes, cabelos longos e ondulados, num preto escuro, quase azul... Com pouco mais de 1,70m, era ainda uma adolescente em desenvolvimento. Mas dentro de suas roupas exóticas, a tiara cintilante e a natureza firme, parecia uma mulher adulta. Mas não era. Há dias na floresta, tendo por companhia os colegas de expedição e há muito tempo sem uma namorada, seus instintos de homem falaram muito alto naquele momento... Hanstier estava visivelmente excitado frente aquela figura inusitada... e ficou parado olhando pra ela...






- Vamos... vai na frente... e não tente nada suspeito...



- Pode deixar... (Göel acionou um sistema de pesos e cordas que fez o invasor subir rapidamente até a casa, uns dez metros a cima do chão)



- Agora saia e fique aí... ( Acionou novamnete o sistema e subiu)






A casa de Göel era um lugar rústico,porém bem confortável para um lugar no seio da floresta. O algodão era uma das plantações das amazonas com grandes utiliodades. Tanto servia para o processo de fabricação de tecidos como para o enchimento de uma espécie de colchão, que ficava sobre um estrado de madeira e era a cama. Nessa cama havia várias almofadas com enchimento de penas muto leves de uma espécie de ave grande que servia de alimento...






- Sente- se aí... (enovamente apertou os nós e colocou a venda )






E ficamos por aqui... vá imaginando o que irá acontecer no próximo capítulo, que sua imaginação é livre. Mas lhe adianto logo que as coisas por aqui não são assim, muito instantâneas ou imediatas... E sabe-se lá quando retomo esses personagens e essa história... Gostaria muito de uma parceria... alguém que ao ler pudesse ir complementando os capítulos... Isso contribuiria para a diversidade do texto e me estimularia a continuar logo... Ah.... eu preciso de parceria!






Salvador, 28/04/11 19h 54 min


















terça-feira, 26 de abril de 2011

As certezas são um tanto perigosas...




Estou aqui atolada de textos e trabalhos do mestrado... Sim, eu também estou acorrentada no calcanhar do meu trabalho e das formas necessárias de sobrevivência... perdendo as asas... e por mais que pareça simples, não é!! Dói pra caramba!




Conto cada dia que passa do meu processo de afastamento do Estado... Quero o que? Que o Estado me pague 100% dos meus rendimentos e me dê dois anos de licença para que eu possa estudar com dignidade! (rs) Se esse direito (existe lei pra isso) me for negado, tou realmente frita... pelo menos nesse primeiro semestre!




Essa vida de corre-corre não chega a me estressar (mas o trânsito me irrita profundamente!), mas que acabou-se aquele "relógio biológico" de dormir 22h e acordar 6h.... acabou!!! Agora eu durmo a hora que acabar de fazer as leituras e tabalhos e acordo mesmo um pouco antes das 6h. E olhe, que estou fazendo o básico, o exigido, nada além! Queria mais tempo, pois fico muito cheia de idéias e vontade de escrever... e isso também exige tempo!





Recebi de Celi o vídeo "Capitalismo & outras coisas de criança" e vi 51 minutos de elementos de discussão e "ideologias" instigantes... O apresentador e roteirista Paddy Joe Shannon é muito convincente na sua argumentação simples e acessível. Faz a gente querer se mover em alguma direção...





Para mim, a poesia, com suas poucas linhas e síntese de palavras é uma espécie de contribuição. Quando nada estou registrando o pensamento. Isso pode ter algum valor...



Não sou uma pessoa "engajada"... não tenho um rótulo desse porte. Mas sou uma pessoa que acredita em algumas coisas e está com as mãos "balançando na rede" e os dedos no teclado sem maiores pretensões, mas agindo no meu passinho de formiguinha. Melhor que nada, né? Também tou naquela busca eterna do eu, do meu melhor, enfim, essas coisas da existência... E vivendo... mas vamos ao que considero os "pontos altos" do filme:



1) Não nos importamos com a morte de milhares de pessoas porque não vemos (ou não temos necessariamente que querer ver).... E não vemos tanta coisa ao nosso redor, né? E ainda pior que não ver (ou fingir não ver) é não atuar! Para mim, que vejo apenas o que é confortável ver (não sou hipócrita!) fica sempre um "bichinho" me roendo, sabe? E eu vou passando ao largo... Sinto falta de um ponto de partida... De algo maior e mais intenso que eu faça com um propósito mais significativo. O que eu faço em sala de aula não conta muito: estou ganhando para isso! Sinto falta de algo além! E você?



2) Por que não usamos a tecnologia para alimentar a todos no globo? Morrer de fome ou em decorrência dela me parece muito ultrajante, face ao que produzimos... Grandes dilemas da humanidade nos parecem tão insolúveis... não há nda insolúvel para nós, quando de fato queremos...


3) Mas por que há necessidade de pobres e ricos mesmo? Shannon fala do poder... mas como alterar a rota do poder estabelecido sem mexer nas bases, na sustentação disso? Complexo...




E para não ficar muito longo isso aqui, eis um dos recados do Paddy, textualmente: "Questione as bases de nossa sociedade moderna por você mesmo, pense sobre ela, então vá e pense o que fazer sobre isso."



É o que estou tentando fazer... E quanto mais leio ou compreendo sobre o capitalismo, mas me vejo (apesar de inserida nele!) distanciada das suas bases. E sim, a sociedade tal qual como a conhecemos é passível de uma completa mudança (revolução é a palavra, mas está tão associada à luta armada, que prefiro não usá-la)... Não sei precisar quantos anos ainda temos para vê-la gradulamente se transformar... Mas sim, vai mudar e independentemente de um movimento organizado por mim ou por você... é algo um pouco maior... mas claro que se a gente muda, o mundo muda também. Complicado isso... Sei lá... não quero também ter muitas certezas... as certezas são um tanto perigosas...



Gostaria de ser isenta de influências... mas estamos aqui... e isso é impossível! No mais, faltam nove anos para eu arregaçar as mangas e colocar meus projetos (aqueles em que a gente não fica só na contemplação) para andar... Nenhuma idéia nasce hoje e fica corporificada amanhã... elas nascem um dia, certamente, mas se estruturam ao longo do tempo. Tempo em que crescemos e ficamos aptos para abarcá-las...



No mais, li um texto que considerei complexo... Dum doutor em filosofia chamado Cheptulin... Sinceramente? Não dá para gostar daquilo que não compreendemos de fato... E vamos e venhamos, escrever com simplicidade, para que todos possam entender parece ser um crime inafiançável... Até mesmo best sellers muitas vezes são chatos e incompreensíveis... Mas as pessoas compram e ao comrparem (mesmo que não leiam ou não os entendam) somam dígitos...



Falando por mim, prefiro as idéis escritas de tal forma, que não seja necessário gerar dúvida, entende? Não é preciso ser difícil para ser bom escritor... É preciso atingir um fim... Bah!!



Meu conselho a todos os escritores, pensadores, enfim : escrevam para serem degluitdos e absorvidos... senão corre o risco de não alimentarem nada e nem ninguém!! (rs)




E nós, os poetas? Bom, não estamos aqui para sermos completamente entendidos mesmo! Podemos usar nossa linguagem metafórica sem maiores problemas... A função social dos poetas não é necessariamente igual à dos outros... No dia que eu pensar diferente... aliás, não posso pensar diferente... eu não mando na minha poesia... ela é quem manda em mim... e ponto.



Salvador, 27.04.11 22h 04 min



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sendas da reflexão



E se vivessemos sem medo, sem amarras, sem preconceitos...



Se nos considerássemos como irmãos, solidários, responsáveis e humanos



Se olhássemos nos olhos do outro, vendo a essencialidade



E não apenas a casca, a aparência, a transitoriedade?






E se tivéssemos as mesmas oportunidades



As mesmas possibilidades...



As mesmas realidades...



As mesmas condições...



Haveria tanta desigualdade



Tanta miséria



Tantas contradições?






Seríamos plurais, na nossa singularidade



Seríamos muito mais,



Do que meros autômatos sociais



Seguindo um caminho que não traçamos



Atuando numa peça que não construímos



Somando nosso suor a um sistema que não instituímos






Vivendo na ausência da liberdade e do sonho...



Num contexto perverso, no qual estamos inseridos



Explorados, excluídos ou simplesmente



Tranquilamente, destituídos



Da capacidade de questionar



De unir forças e lutar



Por um ideal comum



Por algo maior e mais amplo...






E se quiséssemos romper as correntes



Que nos prendem a um sistema posto



Se nos conscientizássemos de que somos o povo



A mola, o fulcro e a força



Que move o mundo e que cava o poço?






Não vejo a saída por esses dias



Cheios de máscaras e alegorias



Vivemos mesmo na quimera, na ilusão?!






Do lado de cá, no terreno das idéias



O germe que cresce, fomenta e espera



Não tem como dar o seu grito



Falta a bandeira se agitando ao vento



Falta a força direcionadora de um só pensamento



Que comande a senda da revolução...






Salvador, 21/04/11 11h 15 min





quarta-feira, 20 de abril de 2011

Perdendo a passionalidade




Estou me tornando uma pessoa isenta de passionalidade




De desejo e de frivolidade...




Estou quase ascendendo ao paraíso!








Isso me remete às escolhas e ao meu momento




Em que aquele sentimento progressivo e intenso




Não encontra atmosfera pra se desenvolver...








Se eu for ficar assim, eu lamento




Porque o que mais gostava em mim mesma




Era daquela loucura, aventura e arrebatamento




Que me tomava sem nenhum consentimento




E me alçava do solo dos mortais...








Isso parece ter ficado pra trás




E meu coração não vai mais




Pular, trair-me ou sofrer...








Penso que assim eu vou pouco a pouco morrer




Na minha essência de enamorada e apaixonada




Pelos homens que me despertariam emoção




Uma fagulha de ilusão




Um milésimo segundo de prazer...








Ai, ai, ai eu vou morrer




E antes que eu mate minha própria essência da paixão




Peço com encarecida discrição




Me beije com mais liberdade...




Me toque com mais ousadia...




Me tire desse limbo de apatia




Dessa morna utopia




De que somos como amigos, idealizando uma situação








Pra mim não há nada não!




Eu só quero me sentir um pouco efêmera




Um pouco esvaziada dos zelos




Ou dos medos da concepção...








Quero uma coisa tão simples!




Saber os seu limites




Me sentir na tentação...




E você, me diga agora




Entende isso, ou não?












Ps- Ah... tou virando uma espécie de sacerdotisa... dessas que só tem lado sagrado... Mas urge em mim o lado profano... Argh!








Salvador, 20/04/11 23 h 12








sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Terra e o seu destino




Comecei a escrever um conto... nada é tão "em tempo real" quanto digitar diretamente aqui...



Capítulo I - O mistério dos Matis


Precisamente em 2027 a humanidade como nós a conhecemos sofre um grande abalo... O aquecimento global chegou a níveis impensáveis e a maioria das formas de vida ou sofreu mutações que permitiram sua sobrevivência ou simplesmente foram exterminadas. O acidente nuclear de 2015 foi o primeiro impacto de proporções mundiais que exterminou parte da população humana... Um extermínio rápido e abrangente.


A espécie humana sobreviveu, mas o ambiente externo é quente demais, tóxico demais (com o monóxido de carbono superando 4% e o oxigênio reduzido a meros 1%), inóspito demais, pois as poucas formas de vida que sobreviveram são perigosas e ameaçadoras...


As pessoas vivem enclausuradas em "comunidades de produção" com temperatura, pressão e atmosfera controlada por requintados sistemas e aparelhagens . O petról evaporou com o acidente niuclear e gerou uma crise de enregia nunca imaginada. A produção de energias limpas a partir de fontes naturais como o sol e o vento, por exemplo não é mais possível porque a temperatura de 72º C é muito superior às que os painés solares suportam e os ventos com velocidade média de 280 km/h derrubam qualquer tentativa de instalar torres eólicas. A água perdeu sua potalidade devido a todos os acúmulos de resíduos que recebeu e só mesmo nas comunidades de produção é possível equacionar esses problemas e sobreviver.


Um dos aspectos mais complexos da vida na comunidade é falta de esperança em dias melhores. A vida na Terra não poderia voltar às condições ideais que possuía naturalmente. A escolha pela poluição e degradação, com suas funestas implicações se tranformou num caminho sem volta. Nem toda tecnologia disponível foi capaz de superar os impactos de uma sucessão de erros cometidos contra a Terra ao longo dos anos... O desastre nuclear seria contornável, não fossem desencadeadas guerras inúteis pelo domínio dos minerais disponíveis...


Com parcos recursos naturais disponíveis, esgotados todos os elementos natutais (como o Urânio) capazes de gerar energia atômica, restou apenas a fissão nuclear como alternativa de produção de energia.


A alimentação sofreu uma das trasnformações mais drámáticas. Sem um ambiente propício só algumas espécies de fungos mutantes e bactáerias anaeróbicas sobreviveram. E cresceram, deixando suas dimensões microscópicas para trás. Nos oceanos, ainda mais salinizados, algumas espécies abissais de peixes ganharam a superfície, mas o nível de radiação de seus corpos não permite que sejam capturados e utilizados como alimentos. Não se come mais. Apenas se ingere na forma líquida uma espécie de soro nutritivo, com os nutrientes necessários a manutenção da vida.


Os dias nas unidades de produção parecem eternos para Dune. Com seus cem anos de vida, todas as lembranças de quando viveu numa Terra natural trazem saudade e dor. Todos os habitantes da Terra, algo em torno de 28 milhões de pessoas, são sobreviventes do século XX. Por algumas particularidades em sua genética ou singularidades do acaso, sobreviveram ao grande cataclisma de 2015. Dune tinha 45 anos quando um grave acidente nuclear na Índia disparou o gatilho de reações em cadeia que levaram a Terra a se tornar o que ela é hoje.


Dune estava de férias, vindo uma caverna recentemente descoberta, na Chapada Diamantina. O percurso de 4 km abaixo da terra e as condições especiais do lugar devem ter sido os responsáveis pela sua sobrevivência e de todos os outros colegas de excursão à Caverna Paraíso. Era um grupo de 22 pessoas com idades entre 14 e 65 anos. Dune pensava em como tinha insistido para que seus dois filhos fossem à caverna naquela manhã e de como eles preferiram ficar dormindo, pois tinham ido a um festival de música na noite anterior e estavam cansados. Pensava em como todos estariam salvos se insistisse para que fossem... mas não se culpabilizava como antes... a culpa não lhe traria seus filhos de volta... Pensava neles justamente porque estavam juntos numa região em que algumas pessoas sobreviram... E o Brasil foi um dos países com maior quantidade de sobreviventes: exatos 19.644 pessoas. Muitos pesquisadores estrangeiros que se encontravam em locais isolados da Amazônia sobreviveram e foram contabilizados como sobreviventes brasileiros. Na verdade, o sentido de país e territoriedade não era mais o mesmo. O continente Sul Americano era o único lugar na Terra onde os níveis de radiação foram menos devastadores. E as condições naturais do Brasil favoreceram o estabelecimento de uma das maiores colônias da terra : a Colônia Matis. Esse nome foi em homenagem aos índios Matis que sobreviveram. Em 2015 eles eram apenas 67, mas sobreviveram todos! O trabalho de Dune também buscava decifrar o enigma dos Matis... eles conseguiam se reproduzir entre si, mas o maior problema era a quantidade mínima de mulheres, apenas 7. E só nasciam meninos!!! Desvendar o mistério dos Matis poderia ser a alternativa do repovoamento da Terra.


Encontrar meios de reverter a inferetilidade dos sobreviventes era o que lhe fazia aocrdar todos os dias... Porque mesmo quem sobreviveu, fora os Matis se tornou estéril e essa populção estava envelhecendo. É por isso que gradativamente os animais e plantas que sobreviveram e tiveram um ciclo de vida ampliado devivo a radiação foram morrendo e se extinguindo.

Muitos eram contra trazer mais vida para um planeta tão decadente... mas Dune acreditava que o repovoamento e a mudança para um planteta mais natural seriam a saída... Pena que tanto a viagem espacial quanto a reprodução in vitro eram apenas tentativas fustradas dos dedicados cientistas da Colônia...

A superfície da felicidade


Tou cursando três disciplinas de mestrado esse ano... Duas obrigatórias FACED e uma optativa na Escola de Teatro. Tou tendo contato com novas pessoas, novas idéias, estabelecendo novas relações e conexões...


Rapaz, meu tempo tá curtíssimo, porque tenho muitas leituras pra fazer e isso realmente toma um tempo danado! Dei entrada na SEC no pedido de afastamento e espero realmente que seja deferido, pois é completamente necessário!!!


Minha turma de teatro é a mais descomplicada (rs). As pessoas emitem suas opiniões sem maiores choques ou embates... A gente dá risada algumas vezes em cada aula e rola um clima muito amistoso e camarada. As pessoas parecem mais felizes lá. Temos muitas leituras, discussões e um fichamento para cada aula... e (ufa!!)é muita coisa também! Mas é gostoso estar lá... Acho que é completamente possível se "fazer academia" e não se tornar um ser digamos "especial" por causa disso. Porque para mim pouca importa quem você leu ou deixou de ler. Não "meço' as pessoas pelo o que elas pensam representar... Aliás, pensando em cada turma como uma lugar de "representação" do saber, é estarrecedora minha conclusão: ... hum...vou depurar minha conclusão (gargalhdas). Volto a esse tema no final do semestre. Para ver se mudo de idéia... aliás, sou meio apressada em emitir opiniões... não gosto de pensar muito antes de falar. O pensamento é rápido e sai... E acho que isso faz parte de minha personalidade... sei lá...


Então, as pessoas não me parecem felizes em determinados "lugares" em que se encontram... é como se sentissem superiores aos demais e daí sua contrariedade... na prática parece ser isso... Na teoria, são todos humanitários (gargalhdas)... Terrível esse contrasenso...


No fim das contas, falta mesmo mais felicidade... mesmo na adversidade... porque temos razões para vivermos com esperança, com vontade, com olhos que brilhem também... Fazer algo sério e comprometido (no caso uma pesquisa) não me tira o humor, a alegria de viver. Porque a vida é um presente! Se existe dor, miséria, diferenças, fome, injustiça, isso não pode me abalar de verdade se eu não faço nada para mudar essa realidade. Achar que está fazendo algo é fácil...


ENTÃO, NÃO SEJAMOS HIPÓCRITAS E GRAVES... NÃO VAMOS TRANSFORMAR O MUNDO EM ALGO MELHOR SE NÃO SOMOS CAPAZES DE FAZER NADA DE MELHOR POR NÓS MESMOS, NÉ? COMECEMOS A MELHORAR O MUNDO DANDO ÀS PESSOAS PRÓXIMAS (NA NOSSA FAMÍLIA, TRABALHO, ESCOLA) MOTIVOS PARA ELAS SE SENTIREM FELIZES. ISSO NÃO CUSTA NADA! MAS CADA UM SÓ PODE DAR O QUE TEM, NÉ?


Acho que tou muito "auto-ajuda" hoje... (rs)

Tou meio incomodada com algumas coisas... espero que mudem com o tempo...




domingo, 3 de abril de 2011

Autonomia


Entendendo a vida com estrada

Escada,

Escolha,

Repleta e vazia

É que decido, divago e disperso

Meu perfume e minha autonomia...


São voláteis meus pensamentos

Cheios de uma ideologia sem fundamento

Sem alicerces presos

Sem cárceres funestos

Minha mente flui

E sou folha solta no vento

Tudo em mim transpira o odor da liberdade

Tudo em mim converge e diverge ao mesmo tempo

Minha verdade não é auto-explicativa

Nem tenho eu nenhuma síndrome do momento

Apenas acredito

E fortemente

Que sou eu quem dirige o carro da vida

Sou eu a condutora do fio do meu tempo

Sou eu que permito, controlo ou susto

As idéias, as ações e o pensamento...


Salvador, 03/04/11 12h 19 min


PS - Ahhh... esse poema surge de uma discussão um tanto "semi-filosófica" sobre se temos ou não autonomia na pesquisa... Pra mim, é isso aí... mesmo que muitos digam exatamente o contrário... Porque nenhuma forma de opressão se instala no meu eu... nada pode me tirar a liberdade de pensar... embora o agir seja delimitado por tênues barreiras, que infelizmente ainda existem... Enfim, eu tenho autonomia... no dia que não tiver, serei mais um "autômato social"... E me oponho a isso.


sábado, 2 de abril de 2011

O retrato de Dorina Gray é interessante...



Meus programas estão ficando cada vez mais caseiros. Hoje saí pra ir no supermercado atrás de um "Cif desengordurante", que segundo Néia é "tudo de bom"! Acabei almoçando lá mesmo no Extra Rótula do Abacaxi, que esqueci que ia almoçar com Virgínia antes do cinema... Aí, bem no meio da "Rabada" ( pra quem não sabe, o rabo do boi!) lembrei... Agilizei e voltei (não sem antes pegar uma fila de quase meia hora) a tempo de botar o celular pra carregar e ligar pra ela... Fomos no Glauber ver um filme que não recomendo, porque é medonho demais... Se eu tivesse inimigos, mandaria assitir!!! Não sei como "Tio Boonmme, que pode recordar suas vidas passadas" foi ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2010. Até o título em português é terrível ! O link que coloquei (clicando no titulo do filma vc chega lá) suaviza bastante... é eufemista demais! Quem já leu alguma "pseudo-crítica" minha sabe que eu sempre busco algo de bom em cada filme... mas pelo-amor-de-deus!!! Resumindo: o filme é lento demais, conta uma estória sem sem pé nem cabeça, mistura tudo e dá a impressão que não vai acabar nunca... Os não-atores relamente pra o tipo de texto que tiveram, são os que se salvam no meio desse filme maluco e chato... eu queria ir embora logo nos primeiros cinco minutos... dei uma cochiladinha... E foi bem na sessão Clube do Professor... aquela em que a gente se cadastra no site http://www.escolanocinema.com.br/ e além de não pagar ainda tem direito a levar um convidado (depois de receber a carteirinha);








Semana passado vimos (eu e Virginia, minha amiga mais apreciadora de cinema) "O retrato de Dorian Gray" baseado em Oscar Wilde ... e eu adorei... Vá ver!! Os diálogos, as interpretações, o figurino, a retratação hedonista da época... Tudo muito bommmmmmmmmm!!! Quer dizer, o retrato vai ficando parecido com aqueles "clássicos" zumbis dos filmes de terror, mas tudo bem...




Agora o "Tio, bla, bla..." é crueeeeeeeellllllllllll !!!! O pior filme que vi nos últimos tempos...


Mas sabe como é... deram um prêmio importante ao filme... sendo ele tosco e mal dirigido (por um diretor tailandês, assim como o elenco)... vá lá e tire suas próprias conclusões... e depois não diga que não avisei... Ah, e o tio não recordou coisa nenhuma... uma verdadeira fraude! (rs)




Ah... estou aqui bem satisfeita... Binho (meu filho mais novo) fez uma pizza com massa alta deliciosa!!! HUMMMMMMMMMMMMM!!! Amanhã vou jantar na casa de Mamy... é uma despedida do Carlos (nunca falei do meu amigo CSer de Barcelona!) e nada como uma coisa bem família (afinal Mamy adotou ele por esses meses, né?) pra fechar seu ciclo por aqui. No mais a festa que tou organizando pro dia 20/04 tá toda ok... embora eu não tenha ido fechar as coisas ontem... Um engarrafamento terrível (ninguém merece) me fez pegar o primeiro moto taxi (sim, eu ando de moto toda hora!) que apareceu e voltar pra casa! Ah.... não compartilho com vocês o qiue sonhei ontem... (rs) Mas escreverei numa forma mais metafórica depois...