sábado, 28 de maio de 2011

O início do fim



Eu não olho pra você

Nem você pra mim

Mesmo assim

Quem explica o início do fim?


Nunca mais eu vou te perguntar

Se dá pra tocar

Se dá pra sentir...


Parece que estou prestes a te magoar

Mas eu nada fiz

Você quis fugir?


Nenhum louco será capaz de tentar compreender

O que foi pra mim

O que foi pra você?


Decido minhas coisas sem pensar

Só pra não ficar

Ficar só pra saber

Que eu não tenho paciência de esperar

Vou te retirar

E você, o que vai fazer?


No fundo eu queria te dizer

Ninguém me compreende

Muito menos você...


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O início do fim é poema e é uma espécie de relato...



No dia que as mulheres entenderem os homens e vice-versa, teremos um mundo diferente do atual. Sempre acreditei que a melhor maneira de saber de fato o que as pessoas pensam é perguntando... E a melhor maneira das pessoas saberem o que a gente pensa é dizendo.


Algumas pessoas são tão transparentes, tão reais nos seus discursos, que nada fica subentendido. Outras preferem um emaranhado de caminhos, usam subtefúgios e quando as percebo fujo um pouco delas. Por mais que goste do desafio, de tentar compreeender, já reparei que isso de tentar "decifrar" alguém muito complexo resulta depois num esforço enorme, sem muito retorno. Tou desistindo disso cada vez que percebo que essa é a viagem da pessoa. Muitas vezes nem a própria pessoa se apercebe disso. Acho que eu daria uma boa psicóloga, mas em se tratando de relacionamentos, seja lá de que nível seja, não aconselho investir emoções em alguém complicado demais... Vai gerar dor... E sinceramente, estou aqui para compartilhar felicidade!


Uma vez, bem no início de minha carreira, fiz amizade com uma professora mais velha e experiente que não era uma dessas pessoas fáceis. Sim, tenho enorme facilidade para me tornar amiga dessas pessoinhas complexas. Justamente porque de alguma forma eu "quebro" suas cascas duras... Analisando bem, quantas pessoas difícieis passaram pelo meu caminho? Sim, mas voltando a professora, entre dicas pra controlar os alunos e outros diálogos, ela me disse uma frase emblemática: "O que a gente não diz, nem o diabo sabe." E o que se diz, nem sempre é verdade também... Meu Deus, como nós humanos ficamos assim? Tão distantes do que pensamos de fato?


Então, não tenho mesmo tempo a perder. E estou ficando cada vez mais difícil de atingir. Estou cortando minhas vulnerabilidades e sendo análitica, quase uma juíza de mim mesma. Isso é uma forma de proteção, de defesa. Talvez eu esteja inacessível, mas no fundo sou muito acessível. Ah, quanto paradoxo!


Voltemos ao mundo real...deixa essas divagações pra lá...


Ontem fui a uma festa de bodas de prata. Meus Deus, 25 anos de casamento é tanto tempo! Eu faria 25 anos de casamento ano que vem, se tivesse mantido meu casamento. Mantive 13, tou só a 11 anos. Pô, eu não vou mais casar? Sei lá! Não consigo nem namorar, quanto mais casar!


Da festa peguei um taxi e fui ver o pessoal do CS no Largo do Santo Antonio. O taxista foi o caminho todo sutilmente me cantando. Perguntou se eu era casada, o que fazia, essas coisas... A gente precisa ter muita cautela com as pessoas. Não sabemos de fato quem elas são e do que são capazes. Fui respondendo com naturalidade e tranqulidade. Não tenho medo das pessoas... Acho que é possível manter o respeito... a dignidade... Ao chegarmos, se ofereceu pra ir comigo... Tomarmos algo e eu recusei. Ele disse que ficaria lá, esperando pa me levar de volta. Fui ver os amigos e quem sabe gostar e curtir a festa, que estava bem animada.


Encontrei meu filho Al, Tiago e outro amigo deles. Disse que se não achasse o pessoal, queria uma carona pra casa. Meu celular estava sem bateria e foi um processo até conseguir ligar pro Deco e achar o povo. Achei! É engraçado como mesmo eu sendo uma pessoa muito desligada em alguns aspectos, pequenas sutilezas me chamam atenção... Subliminares, apesar de eu categoricamente afirmar que não gosto delas, são perceptíveis pra mim. Tá bem claro que nem todos os supostos "túmulos" se mantém silenciosos como deveriam (risos)


Bom, fiquei um pouco com o pessoal e resolvi ir domir, que não gosto de ficar até tarde e perder a noite por qualquer coisa. Apesar de apreciar manifestações culturais e artísticas, não sou capaz de gostar de tudo. Nem do Sambão, nem do Jazz no MAM. Aliás, aglomerações não são muito minha praia. Prefiro coisas mais initmistas. Até vou... mas vejo, fico no máximo uma hora e volto. Sempre foi assim e não vai mudar porque eu não curto horas e horas da mesma coisa. Eu canso... Também, nunca acho ninguém pra aprofundar nada!!! É tudo tão superficial!


Saí do meio do povo... eu já tinha tomado dois uísques na festa, mas o efeito deles já tinha passado. Essas festas populares também só tem cerveja, coisa que não gosto e não bebo. Taí, as pessoas devem demorar muito nos lugares porque vão curtindo, tomando sua cervejinha...deve ser isso... Encontrei Al e pedi que me trouxesse... Ele tava no meio da festa... perguntou se não era melhor eu pegar um taxi... realmente, era... Peguei o mesmíssimo taxi da vinda. Único no local, diga-se de passagem. Vim calada a metade do caminho... Até que ele disse:


- Você parece chateada... tá calada...

- Ahhn... é... Estou aqui pensando... (E discorri um pouco sobre o que pensava... estranhos são muito bons para nos ouvir...)

- Você gostaria de ir a algum lugar, tomar algo?

- Ah, não obrigada. Amanhã tenho um tratamento estético cedo...

Chegamos, paguei e ele disse:

- Me dê seu telefone... Quem sabe outro dia?

- Olha, vou ser bem honesta com você, não vou te dar meu telefone, pois se você ligar não terei o

que lhe dizer. Obrigado pela atenção... ( e abri a porta)

- Você é tão bonita... Pense em dar uma chance para outro...


É muito agradável e bom pra auto-estima ouvir isso, mas realmente não faz sentido nenhum quando vindo de alguém que não nos desperta interesse. Acho até que os homens deveriam elaborar melhor seu elogios. Ouvi recentemente um "Não existe mulher mais bonita que você nesta noite." que me pareceu muito sincero. Mas essa beleza aí, que eles dizem ver, nada tem a ver com a beleza que eu tenho. Aliás, tecnicamente eu não sou bonita. Talvez eu, no conjunto físico, tenha algum charme. Alia-se a isso umas roupas legais, alguns cuidados básicos e um bom perfume e sim! Quem não é esteticamente apreciável desse jeito? Mas mesmo assim, também não estou nos padrões. Já da pessoa que eu sou internamente (nada a ver com o clichê bonita por dentro!) é outra história. Sem nenhuma arrogância ou falsa modéstia. Tenho realmente qualidades que cultivo e tento melhorar. Mas enfim, vamos aceitar que para alguns eu seja mesmo bonita, assim como para outros eu seja mesmo feia e para mim, que é o mais importante, eu sou maravilhosa! Voltemos ao taxista que falou esse "dar uma chance pra outro" tão carregado de humildade ao ponto de me impressionar...

- Olhe, Vinícius (é o nome dele), não é uma questão de chance. No momento eu tou realmente em outra... Não vou alimentar esperanças em você porque não acho isso justo. Se quiser iniciar uma amizade comigo, tudo bem. Mas não existe outro tipo de possibilidade.

- Tudo bem... tome meu cartão, caso precise...

- Certo... boa noite...


Acho que se um dia eu ligasse, reacenderia dele a idéia da "chance". A minha disponibilidade em fazer novas amizades é real. Mas estavam claras as intenções ali. Eu sinceramente acho que agi com respeito pelo que estava posto. E com habilidade fui capaz de lidar com alguém que realmente não sei quem é sem magoar, sem despertar raiva ou qualquer sentimento negativo. Muita gente já me disse: "Você é muito corajosa!" Sim, sou! É preciso coragem pra viver bem! E eu não tenho medo. Nem das pessoas, nem dos sentimentos, nem de nada! E sempre acho que não tenho nada mesmo a temer... A minha vida não é um campo de batalha! Mas eu tenho mim uma guerreira que se apazigua a cada dia. Devo trazer essa ausência de medo de algum lugar... Peraí,, eu tenho medo sim! Não voaria de asa delta por causa do medo... É, tenho medo das coisas muito arriscadas e incontroláveis... Nas situações em que julgo que posso controlar, não tenho medo... E sim, todos os sentimentos são controláveis. Embora eu não faça nenhuma força para isso...


Salvdor, 28/05/11 10h 04 min



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