sábado, 5 de janeiro de 2008

Ecos Vazios



Ontem fechamos a locação do apartamento. Vou pra perto da praia (Piatã), como convém a uma sereia (risos). O apê é lindo, novinho, vizinhança tranquila, 3/4 (detesto coisas pequenas), apenas uma suíte (o ideal seriam duas) e vai ser uma experiência interessante. Me mudo segunda e Jair vai pra lá hoje. Nunca dividi apartamento com um homem antes. Já dividi com Mison por dois anos, Jandi morou comigo dois meses e só. Ah, fui casada também, mas ali não era dividir, era ser casada...

Mas Jair é um excelente amigo e creio que será legal nossa parceria. Sem contar que eu não poderia assumir as despesas desse apê sozinha... É uma situação pouco comum, eu acho... mas, o que é comum ou padrão na minha vida? Meu contra-cheque? O fato de eu trabalhar 40 horas por semana? O resto é tudo meio diferente, eu acho...

Liguei pra CP só pra ver se já voltou das "férias"... E não é que estava em casa!!! ???(risos) No seu "excelente" humor matinal... inda mais sendo sábado, nove da manhã... Queria saber e contar as novidades! Deixa pra lá... Escrever poema é condensar o sentimento... esse que acabei de fazer é o segundo de 2008. Gosto de fazer direto no micro, porque toda vez que faço no papel, demoro pra digitar. Ele é um testemunho interessante do que ainda resta nessa história com CP...

Ecos vazios

Pessoas sem emoção
Muitas vezes são
Como ecos vazios
Vazios de indução
Vazios de solidão...
Somente vazios...

Pessoas que vêm e vão
Na mão e na contramão
De um elo perdido, são como são
Pois perdeu-se o encantamento
Gelou-se o sentimento
Com o ice-berg do tempo...

Pessoas que não terão
Felizes o coração
Pelo seu cordão
De isolamento
Respeitam a opinião
De que pessoas nada mais são
Do que folhas soltas
Que voam ao vento...

Ainda resta dizer
Que além de mim e de você
Existe um universo, latente
Não dá pra retroceder
Matei o que tinha de morrer
Com sua ajuda, com o seu silêncio...

Que espécie de pessoa é você?
Eu nunca irei saber
Porque construí um falso ídolo
Que por dias adorei
E que agora pisarei
Com total desprezo
Com fatal ironia

Será que assim agirei?
Não sei
Não faz parte da pessoa que sou...
Nem do jeito com o qual me dou
Totalmente
Sem receios...

Pessoas como eu
Você não vai mais encontrar
A não ser só pra olhar
De longe...
Porque eu não estou mais perto
Sou uma flor no deserto
Onde ninguém mais passará
Vicejo, brilho, ofego
E não há ninguém por lá
Talvez eu precise mudar
Sei lá

A vida é um crescente caminhar
Um ir e vir constante
Nada parece estar completo
É mesmo um mundo incerto
De dias oscilantes...

Salvador, 05/01/08 9h 11min

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