quinta-feira, 28 de abril de 2011

As Amazonas do Sul - Capítulo I



O dia começava a raiar no Reino das Amazonas do Sul.






No dia anterior, doze amazonas de variadas idades sairam para caçar e pescar num dos braços do Rio Amazonas. Tês delas acamparam para voltar no dia seguinte com a justificativa de que precisavam ir coletar pedras coloridas na caverna. Singra, responsável pelo grupo permitiu, pois Göel tinha autonomia para fazer opque quisesse... e se ela queria ir na caverna, teria mesmo de ir...






Svana, Mist e Göel traziam oito prisioneiros fortemente amarrados.



Rhota os mirou de perto, um a um. Muito interessante um deles. Era mais alto do que os demais, algo em torno de 1,95m, cabelos e olhos castanhos. Nada de espetacular, mas parecia ter uma seriedade, algo difícil de explicar. Ela não era a única que tinha reparado no estrangeiro...






- Onde encontraram esses invasores? Perguntou Rhota.



- Muito perto da caverna... dormiam quando chegamos lá e não foi difícil capturá-los... Respondeu Mist



- Mas eles são em mairo número que vocês e pelo que vejo possuem armas avançadas... Retrucou Rhota.



- Usamos a erva do sono... Respondeu Svana.



A "erva do sono" era encontrada no alto de algumas árvores típicas da região. Quando queimadas, produziam um odor característico, altamente entorpecente e que depois de alguns minutos de inalação induzia a um sono paralizante de pouco mas de meia hora. As amazonas o usavam para facilitar a captura de animais que não desejavam abater com suas flechas ou para humanos fora de batalha. Elas usavam uma espécie de máscara para se proteger dos efeitos do gás, feita de couro de jacaré e com um antídoto, embebido em algodão. Algumas sequer necessitavam da máscara, visto que o uso da "erva do sono" em alguns dos rituais dessa casta ia produizindo paulatinamente uma espécie de tolerânicia aos efeitos da potente droga. Em grandes quantidades a "erva do sono" poderia produzir a morte por asfixia e paralização do diafragma. Em doses muito pequenas, produzia um torpor leve e uma certa predisposição ao riso e ao desejo sexual.






- Estavam num acamapamento perto do rio, próximo a entrada da caverna. Dormiam e continuaram dormindo com a erva... só aquele ali montava guarda (disse apontando para um sujeito baixinho de olhos verdes e cabelos encaracolados que chegavam aos ombros)... Não foi difícil rendê-lo. Explicou em tom de ironia Göel.






- Muito bem... tentaram saber o que queriam?



- Falam uma língua muito estranha... aquele ali (disse apontando para o que seria ser o líder do grupo) parece nos entender, mas não disse nada para nós ainda...






Realmente, Hanstier Wagner era o líder da expedição que buscava explorar o que aquela terra oferecia: pedras preciosas! As tais pedras coloridas na caverna nada mais eram do que esmelradas! Todas as amazonas usavam adornos, braceletes e colares muito elaborados contendo pedras semiprecisoas e preciosas. Para elas, não havia nenhuma preocupação com valores dessas pedras. Eram apenas ornamento e tinham valor estético. Um dos seus prisioneiros era hábil ouvires e foi poupado justamente por produzir belas peças que eram realmente jóias. Resistentes e grandes, pois o ouro abundava na superfície dos rios e havia uma jazida de díquel e prata nas redondezas.






O ouvires, Césare era italiano e foi capturado há cerca de vinte anos. Com a permissão e ajuda daa amazonas, montou seu laboratório e oficina numa das casas de madeira nas árvores. Trouxe consigo seus instrumentos de trabalho e muitas ferramentas foram adaptadas. Nada era complexo demais para ser produzido por aquele homem, que ao se apaixonar por Ritza (e ela por ele), pôde manter-se na comunidade e "quebrar" uma das leis de maior contestação entre as amazonas, especialmente as mais jovens: o de não poderem estabelecer uma relação duradoura com os homens.






Nesse quesito, essa sociedade matriarcal tinhas suas regras e formas de se manter longe de todo o resto da humanidade. Elas, apesar de sua natureza guerreira, viviam pacificamente com a natureza, sem necessidades de conquistas ou guerras. Eram descendentes de um grupo de amazonas que foi aprisionada e levada como escravas para aquela distante região.






O processo de libertação das ancestrais dessa tribo não foi simples nem instantâneo. A quase que total dizimação do grupo masculino ao mesmo tempo pela malária favoreceu que a tomada do poder pelas Amazonas fosse um sucesso. Elas não desenvolviam a doença, apesar de estarem expostas aos mosquitos transmissores tanto quanto os homens... Mas o fato é que ao promoverem sua libertação dos homens que as mantinham como servas e subservientes, retomaram o seu antigo estilo de vida, com algumas modificações. Com o passar dos anos, sem grupos rivais nas proximidades, as Amazonas do Sul foram se tornando mais apaziguadas. Mantinham algumas de suas tradições, mas o "Conselho das Anciãs" era bastante sábio para entender as mudanças que o o contato com outras culturas produziu...






Voltando ao dia da prisão de parte da equipe de Hanstier...






- Se você fala minha língua, melhor que se comunique comigo... evitará maiores problemas para vocês. Disse Rhota, retirando a venda e olhando firmemente nos olhos do líder.



Repetiu a pergunta em inglês... em alemão... em português...



O líder respondeu num português cheio de sotaque alemão.






- Quem são vocês? Por que nos aprisionaram? Não lhes fizemos nada!



- Nada? Invadiram nossos domínios... Temos regras muito claras aqui. Não podemos simplesmente deixar que o povo de fora saia daqui e revele nossa existência. Uma vez no nosso meio, vocês não mais poderão sair. E nem pensem em escapar... é impossível sair daqui sem conhecer o caminho.






Nervoso, Hanstier começou falar em alemão...



- Podemos negociar... temos gente lá fora que pagaria muito bem a vocês pela nossa liberdade!



- Quem se importa com pagamentos? Olhe em volta! Temos tudo que precisamos aqui! Não existe moeda aqui... seu pagamento não nos interessa!



- Você não é igual às outras! Fala muito bem o alemão... Quem é você?






De fato, Rhota era ruiva, enquanto as legítimas amazonas, que agora eram anciãs, eram todas morenas. Rhota chegou a comunidade quando tinha 22 anos. Estava num intercâmbio cultural numa Universidade do Acre quando um grupo de colegas montou o que seria uma "excursão em busca das Amazonas". Lendas e crenças falavam de mulheres guerreiras que habitavam regiões próximas e sempre que algumas expedição ou grupo de pesquisadores sumia na floresta amazônica, a possibilidade de estarem com as "Amazonas do Sul" era aventada. Rhota e seu grupo, a maior parte formada por jovens universitários e 4 intercambistas, totalizando vinte pessoas desapareceram misteriosamente há cerca de 16 anos. Buscas foram feitas e depois de seis meses o caso foi arquivado e o grupo dado como morto.






Nem todos sobreviveram quando foram aprisionados e por varidos motivos. Um dia trataremos desse dia e dessas pessoas. Rhota e Guadalupe, originária do Peru, foram as únicas que continuavam na tribo até os dias atuais.






- Não lhe interessa que eu sou! Quem são seus homens? Vamos fale! Disse Rhota em tom rude.



- Somos uma euquipe de pesquisadores e estamos aqui para mapear e coletar espécies end~emicas dessa área...



- Ah, equipe de pesquisadores... Falou Göel com garnde interesse... Mama, posso ficar com aquele ali? Seá mais fácil se nós falemos com eles em separado, não acha?






Göel era a filha mais velha de Rhota com um dos colegas da expedição. Nos seus quase 15 anos de idade era uma jovem muito corajosa e desenvolvida. Era impossível precisar a idade de uma amazona. Dentre os seus segredos estava uma poção, feita com ervas e alguns animais desconhecicos que evitavam o envelhecimento celular. Rhota e Göel pareciam irmãs e não mãe e filha. Talvez o estiloi de alimentação, exercícios diários e despreocupações comuns do resto da humanidade também agissem de forma diferenciada sobre o corpo delas. E Göel era voluntariosa e teimosa! Sua mãe não soube lhe impor oslimites que impunha às demais... e sim, havia "adolescência" entre as Amazonas do Sul... Com todas as suas inquietações e peculiaridades.






- Leve-o. Mas Mist vai junto com você.



- Vamos! Disse ela para o objeto do seu desejo desde que o vira... Como é o seu nome?



- Muito estranhas vocês... Que línguas mais você fala além da minha ?(No caso, português)



- Perguntei seu nome...



- Dá pra tirar minha venda? Quero ver com quem estou falando?



- Não... (E empurrou o alto Quilles, fazendo-o tropeçar).



- Ei, onde estão suas boas maneiras?



- Bem aqui (E enconstou a sua lança nas costas dele).



- Tá, tá... meu nome é Quilles e o seu?



- Ah... que original... isso é um apelido?



- Importa?



- Não tem nenhuma relevância... senta (Haviam chegado na árvore de Göel).



- Mist, você não precisa ficar aqui com a gente. Posso interrogá-lo sozinha! (Disse na sua língua específica, que chamarei de Dual)



- Sua mãe pediu pra ficar e eu tenho que ficar... não vou não!



- Faça o seguinte, preciso de um pouco de thcai... não tenho aqui...você tem?



- Tenho... mas não posso sair de junto de você...



- Claro que pode... lembra do meu bracelete azul?



- Aquele que só você tem ? (Se referia a um presente de Cesare, dado no dia dos seus quinze anos, feito em ouro e água marinha)



- É seu... se você for pegar o tchai...






Os olhos de Mist brilharam... o bracelete era o tipo de adereço que ela gostaria de ter, mas não tinha. E era algo único... Pensou que não haveria nenhum mal em ir buscar o tchai... e foi...



- Vou buscar...volto rápido...



- Não tão rápido... (e retirando a venda de Quilles) Olhe bem, vou afrouxar seus nós para você subir na corda. Se tentar qualquer coisa, morre, entendeu?






Quilles olhou com curiosidade para quela jovem alta e morena. Nunca tinha visto uma criatura tão singular. Göel era a mistura de uma mãe ruiva e um pai asíatico. Tinha olhos puxados e verdes, cabelos longos e ondulados, num preto escuro, quase azul... Com pouco mais de 1,70m, era ainda uma adolescente em desenvolvimento. Mas dentro de suas roupas exóticas, a tiara cintilante e a natureza firme, parecia uma mulher adulta. Mas não era. Há dias na floresta, tendo por companhia os colegas de expedição e há muito tempo sem uma namorada, seus instintos de homem falaram muito alto naquele momento... Hanstier estava visivelmente excitado frente aquela figura inusitada... e ficou parado olhando pra ela...






- Vamos... vai na frente... e não tente nada suspeito...



- Pode deixar... (Göel acionou um sistema de pesos e cordas que fez o invasor subir rapidamente até a casa, uns dez metros a cima do chão)



- Agora saia e fique aí... ( Acionou novamnete o sistema e subiu)






A casa de Göel era um lugar rústico,porém bem confortável para um lugar no seio da floresta. O algodão era uma das plantações das amazonas com grandes utiliodades. Tanto servia para o processo de fabricação de tecidos como para o enchimento de uma espécie de colchão, que ficava sobre um estrado de madeira e era a cama. Nessa cama havia várias almofadas com enchimento de penas muto leves de uma espécie de ave grande que servia de alimento...






- Sente- se aí... (enovamente apertou os nós e colocou a venda )






E ficamos por aqui... vá imaginando o que irá acontecer no próximo capítulo, que sua imaginação é livre. Mas lhe adianto logo que as coisas por aqui não são assim, muito instantâneas ou imediatas... E sabe-se lá quando retomo esses personagens e essa história... Gostaria muito de uma parceria... alguém que ao ler pudesse ir complementando os capítulos... Isso contribuiria para a diversidade do texto e me estimularia a continuar logo... Ah.... eu preciso de parceria!






Salvador, 28/04/11 19h 54 min


















Um comentário:

Larissa disse...

Aiii profª amei amie mt seu post, ele é mt interessante, eu gostii mt... vc é uma das pessoas mais queridas do colegioo... continue assim, pois aleem de ser uma otima profª tbm é uma escritora.!!!
bjokas de sua aluna: Larissa 8m2