sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Terra e o seu destino




Comecei a escrever um conto... nada é tão "em tempo real" quanto digitar diretamente aqui...



Capítulo I - O mistério dos Matis


Precisamente em 2027 a humanidade como nós a conhecemos sofre um grande abalo... O aquecimento global chegou a níveis impensáveis e a maioria das formas de vida ou sofreu mutações que permitiram sua sobrevivência ou simplesmente foram exterminadas. O acidente nuclear de 2015 foi o primeiro impacto de proporções mundiais que exterminou parte da população humana... Um extermínio rápido e abrangente.


A espécie humana sobreviveu, mas o ambiente externo é quente demais, tóxico demais (com o monóxido de carbono superando 4% e o oxigênio reduzido a meros 1%), inóspito demais, pois as poucas formas de vida que sobreviveram são perigosas e ameaçadoras...


As pessoas vivem enclausuradas em "comunidades de produção" com temperatura, pressão e atmosfera controlada por requintados sistemas e aparelhagens . O petról evaporou com o acidente niuclear e gerou uma crise de enregia nunca imaginada. A produção de energias limpas a partir de fontes naturais como o sol e o vento, por exemplo não é mais possível porque a temperatura de 72º C é muito superior às que os painés solares suportam e os ventos com velocidade média de 280 km/h derrubam qualquer tentativa de instalar torres eólicas. A água perdeu sua potalidade devido a todos os acúmulos de resíduos que recebeu e só mesmo nas comunidades de produção é possível equacionar esses problemas e sobreviver.


Um dos aspectos mais complexos da vida na comunidade é falta de esperança em dias melhores. A vida na Terra não poderia voltar às condições ideais que possuía naturalmente. A escolha pela poluição e degradação, com suas funestas implicações se tranformou num caminho sem volta. Nem toda tecnologia disponível foi capaz de superar os impactos de uma sucessão de erros cometidos contra a Terra ao longo dos anos... O desastre nuclear seria contornável, não fossem desencadeadas guerras inúteis pelo domínio dos minerais disponíveis...


Com parcos recursos naturais disponíveis, esgotados todos os elementos natutais (como o Urânio) capazes de gerar energia atômica, restou apenas a fissão nuclear como alternativa de produção de energia.


A alimentação sofreu uma das trasnformações mais drámáticas. Sem um ambiente propício só algumas espécies de fungos mutantes e bactáerias anaeróbicas sobreviveram. E cresceram, deixando suas dimensões microscópicas para trás. Nos oceanos, ainda mais salinizados, algumas espécies abissais de peixes ganharam a superfície, mas o nível de radiação de seus corpos não permite que sejam capturados e utilizados como alimentos. Não se come mais. Apenas se ingere na forma líquida uma espécie de soro nutritivo, com os nutrientes necessários a manutenção da vida.


Os dias nas unidades de produção parecem eternos para Dune. Com seus cem anos de vida, todas as lembranças de quando viveu numa Terra natural trazem saudade e dor. Todos os habitantes da Terra, algo em torno de 28 milhões de pessoas, são sobreviventes do século XX. Por algumas particularidades em sua genética ou singularidades do acaso, sobreviveram ao grande cataclisma de 2015. Dune tinha 45 anos quando um grave acidente nuclear na Índia disparou o gatilho de reações em cadeia que levaram a Terra a se tornar o que ela é hoje.


Dune estava de férias, vindo uma caverna recentemente descoberta, na Chapada Diamantina. O percurso de 4 km abaixo da terra e as condições especiais do lugar devem ter sido os responsáveis pela sua sobrevivência e de todos os outros colegas de excursão à Caverna Paraíso. Era um grupo de 22 pessoas com idades entre 14 e 65 anos. Dune pensava em como tinha insistido para que seus dois filhos fossem à caverna naquela manhã e de como eles preferiram ficar dormindo, pois tinham ido a um festival de música na noite anterior e estavam cansados. Pensava em como todos estariam salvos se insistisse para que fossem... mas não se culpabilizava como antes... a culpa não lhe traria seus filhos de volta... Pensava neles justamente porque estavam juntos numa região em que algumas pessoas sobreviram... E o Brasil foi um dos países com maior quantidade de sobreviventes: exatos 19.644 pessoas. Muitos pesquisadores estrangeiros que se encontravam em locais isolados da Amazônia sobreviveram e foram contabilizados como sobreviventes brasileiros. Na verdade, o sentido de país e territoriedade não era mais o mesmo. O continente Sul Americano era o único lugar na Terra onde os níveis de radiação foram menos devastadores. E as condições naturais do Brasil favoreceram o estabelecimento de uma das maiores colônias da terra : a Colônia Matis. Esse nome foi em homenagem aos índios Matis que sobreviveram. Em 2015 eles eram apenas 67, mas sobreviveram todos! O trabalho de Dune também buscava decifrar o enigma dos Matis... eles conseguiam se reproduzir entre si, mas o maior problema era a quantidade mínima de mulheres, apenas 7. E só nasciam meninos!!! Desvendar o mistério dos Matis poderia ser a alternativa do repovoamento da Terra.


Encontrar meios de reverter a inferetilidade dos sobreviventes era o que lhe fazia aocrdar todos os dias... Porque mesmo quem sobreviveu, fora os Matis se tornou estéril e essa populção estava envelhecendo. É por isso que gradativamente os animais e plantas que sobreviveram e tiveram um ciclo de vida ampliado devivo a radiação foram morrendo e se extinguindo.

Muitos eram contra trazer mais vida para um planeta tão decadente... mas Dune acreditava que o repovoamento e a mudança para um planteta mais natural seriam a saída... Pena que tanto a viagem espacial quanto a reprodução in vitro eram apenas tentativas fustradas dos dedicados cientistas da Colônia...

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