quinta-feira, 15 de março de 2012

A vida é dividida em episódios - Mais de Bauman


Acabei de ver o vídeo com Bauman http://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4Aà medida que ele discorria, de forma clara e trasnparente sobre aspectos de fragmaentação da vida humana, fui fazendo um esforço para não apenas acompanhar seu pensamento, mas inferir sobre ele.


E vou me pegando concordando com o que ele vai dizendo, assim, sem meias-voltas.
"A vida é dividida em episódios" por si só já dá o que relfexionar... E o episódio que vivemos hoje é um constructo complexo e permeável, não é?


E essas formas de vida "atrativas e tentadoras" que buscamos ter/copiar/comprar/merecer não pode ser receitada e adquirida na farmácia da esquina... Na mudança da sociedade de produção para a sociedade de consumo, o que realmente ganhamos e o que perdemos?


Ele pergunta e eu "repergunto" : "Qual é a mudança mais duradoura que vai influenciar nossos netos/próximas gerações/?" Sei não, mas talvez seja a forma como se multiplicam as conexões, as relAções e as interdependêcnias. Porque, finalmente, estamos todos conectados uns aos outros. Por mais individuais que aparentemente pareçamos... Isso também serve de reflexão...


"Estamos todos no mesmo barco". O barco da concetividade e da virtualidade. Da instantaneidade... Da quebras dos laços afetivos e da proximidade das comunidades e vidas virtuais.


Quando ele fala que a natureza sofre com a "gestão humana", eu penso paralelamente que essa gestão nos levará um dia ao caos... Caminhamos pra lá...e eu sou otimista, viu?


E o que seria essa "Ágora moderna"? Sei não, você sabe? (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora)

Bauman acredita que a modernidade começa com a revolução que deixa pra traz a personificação da individualidade e abre, para todos e em rede nacional nossos segredos... Não é assim atualmente? Estou eu aqui de prova, com um blog cheio de referências autobiográficas... Uma rede de amigos no Facebook de não sei quantos amigos... E fotos inúmeras lá expostas, pros amigos verem. Aliás, não sinto essa solidão das redes sociais porque não estou conctada a ela somente. Mas concordo que é muito mais simples "conectar" ou "desconectar" um pseudo amigo virtual do que lidar com as "dores e delícias" de um amigo do real.


Então,mesmo estando completamente inserida nos laços humanos virtualizados, valorizo os de verdade. Para mim a vida não está em rede, mas está sim, como Bauman afirma, para uma grande maioria de jovens. Esses que já nascem com chip na cabeça... on line, lógico!

Press delete e acabe com um amigo indesejável...simples assim....

Solidão e multidão convidendo dentro e fora de nós o tempo todos. E é tudo tão ambivalente! E aí ele cai em dois "valores essenciais" : segurança e liberdade... "Segurança sem liberdade é escravidão"... É mesmo né?? Lembra da última greve da Polícia Militar?? Que loucura, minha gente! Pensa nisso à luz de Bauman...
E " liberdade sem segurança é o caos"... Vivemos o caos...e nem sei até que ponto estamos realmente fora dele... Mas eu sou otimista...temos que lembrar disso....

Enfim, buscamos a felicidade. E não existe fórmula... A vida de Sócrates foi perfeita pra ele... Mas cada um de nós tem que seguir o seu caminho, não o dos outros.... Porque para "cada ser humano há um mundo perfeito feito especialmente feito para el@."

Acho que o grande lance de bons autores, é essa simplicidade com que dizem as coisas complexas. Na entrevista, Bauman é um velhinho de sombrancelhas enormes (no sentido de volumosas), agitando um cachimbo de vez em quando. Um pacato velhinho metade careca... Com uma voz forte e pausada. Dava pra entender muita coisa sem a legenda... Mas o mais importante, o mais importante mesmo é esse episódio de amanhã... Porque o de hoje já foi escrito...E está quase se inserindo no passado.

Salvador, 15/03/12 19:40

Um comentário:

Bonilla disse...

Olá Guel,
tuas postagens são livres e ao mesmo tempo "apegadas" às leituras - é isso, continue fazendo essa articulação!!!
abraço