quinta-feira, 15 de março de 2012

Ás vezes precisamos cavar mais fundo...


Tem umas coisas que eu acho que só acontecem comigo... E também estão um pouco além da minha imaginação também.
Na última terça-feira de Carnaval eu encontrei com Mamy e depois de andarmos da Praça do Campo Grande até a Barra, fui tomar um banho na casa dela. Depois desci sozinha, que Mamy demora demais se re-arrumando e eu não tenho um pingo de saco pra esperar. Desci só... Mas havia umas milhares de pessoas no Farol...
Segui a Polícia Militar várias vezes. Sabe como? Ficando atrás das filas de seis, oito policiais que entram e saem pelo meio da multidão... É a coisa mais segura que existe!!!
Devo ter bebido alugma coisa... cerveja....Mas eu odeio cerveja, que fique bem claro!
De repente, eu tava meio que parada em frente ao Farol e surge um "Toinho" que começa a dançar comigo... Achei legal... É chato ficar só...
- Que incrível!! Eu conheço você!
- Mesmo? De onde? (Disse eu, achando essa uma das cantadas mais manjadas do pedaço!)
- Daqui mesmo...há três anos eu te encontrei...Você disse que ia no prédio de sua mãe e me deixou embaixo esperando... (e disse o nome correto do prédio de Mamy).
- Foi? Não me lembro de você! (Rindo, mas preocupada... chato fazer isso com alguém... não é do meu feitio... Se eu não quero mais alguém, não tem rodeio, eu digo na lata!)
- E agora o destino traz você de volta...
Eu não lembrava da história. Não lembro nem do que comi ontem, quanto mais... Mas fiquei sensibilizada... O cara era simpático, careca (gosto desse tipo especígico de careca total!), a cara do Edgar Scandurra (só que me pareceu mais jovem)... Na hora, eu sabia que ele falava e se parecia com alguém... Só não sabia quem... Diga-se de passagem que gosto do IRA, do Edgar, mas nunca fui fã... Curto apenas e não saberia reconhecer ninguém na rua... Sou pra lá de desligada dessas coisas.
- Pois é....viva o destino!
Dançamos um pouco por ali, trocamos uns beijinhos e eu esqueci que tinha que voltar pra pegar Mamy no prédio. Se lembrasse, também não poderia voltar lá. Ia traumatizar o "Edgar" (não sei mais que nome ele disse que tinha).
Fomos conversando e decidimos descansar um pouco na Praia do Porto.... Conversamos romanticamente a luz do Luar. O papo dele era ótimo... Bem humorado... Ele me disse que era músico, que morava no Rio... ou foi São Paulo... Sei lá....nunca me dei bem com cerveja...Dá uma espécie de amnésia, sabe?
Bom, encurtando a história, depois de uns amassos, eu resolvi voltar pra casa. "Edgar" estava duro (no sentido de sem grana) e eu também. Ah que chato... Ele tinha até um pacote de salgadinho...Cara prevenido!! Eu comi quase tudo... (gargalhadas)
- Preciso ir dormir... Tá frio aqui...
Imediatamente o cavalheiro "Edgar" tirou uma camisa de botão e me deu... ele vestia uma camiseta por baixo dessa... Eu tava com um body branco, que servia como maiô e uma bermuda.
- Podemos cavar um buraco e ficar no quentinho...
Achei tão bizarro aquilo... tive vontade de rir desatadamente... Ninguém nunca me convidou pra cochilar num buraco cavado na areia... Resolvi ficar um pouquinho mais. "Edgar" cavou um buraco... Me pediu ajuda e eu fiz cara de desentendida. Deitamos um pouco na areia abraçados e eu dei um cochilo... Acordei não sei quanto tempo depois...talvez minutos, não sei... E disse:
- Preciso mesmo ir...tou morrendo de frio...
E ele com ar de decepcionado:
- Eu disse pra gente cavar mais fundo...
Não peguei seu telefone... não sei o seu nome... lembro apenas que ele tinha uma voz e um jeito do Edgar Scandurra... nada mais.
Salvador, 15/03/12 14:36h

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