O poema e o PS abaixo devem ser lidos ao som de http://www.youtube.com/watch?v=RFnVdN2GEC8
Fico pensando em toda essa cultura externa,
Entrando em nossos poros
Margeando nossa sensibilidade
Refazendo os percursos da nossa liberdade
Nos fazendo súplices de alguma possibildade...
E penso nos meus conhecidos e suas rotas de vida
Uns tão hedonistas
Outros tão refreados
Nos seus processos de transtorno
Cegos, surdos e mudos
No seu complexo mundo
No seu esparso espaço de entorno...
E eu reclamo alhures da imcompreensão que me rodeia
É tola e vã tal alusão
Não são vocês meus verdadeiros companheiros
E a grande ironia é que ainda estou sã!
Por certo que a verdade infinita que permeia
Assim claramente, essa relação
É por demais tênue e frágil
É por demais anit-cristã...
Ninguém se ama sem interesses nesse planeta
Ninguém requer maiores atenções
Estão todos encimesmados em seus problemas
Estão todos presos nos seus próprios porões
E se tu, vier e libertá-los
De suas idéias torpes e vis opiniões
Nâo sinto que sereis alçada
Ao cume dos montes
Ao lado dos vilões...
Mas sim, eu falava mal desse planeta
Onde vim parar por pura rebeldia
Nascem as noites
Caem os dias
E se não mergulho numa tenaz melancolia
É porque me distraio com suas pessoas
Leio seus textos
Experimento às vezes seus corpos,
Suas ultrapassadas filosofias
E se não posso achar os meus companheiros
Que não souberam se acomodar a essa realidade
Sigo no meio dos outros
Sendo o que somos
Mais um, e mais outro, no meio de um dia comum
Vivendo sem maiores impactos
E sem muita profundidade
Galhos secos, folhas amareladas
Raizes íngremes
Desejos retalhados...
Ah, o que importa nessa hora?
No fim sou aquela voz que nada exprime
Apenas imprime
Um pouco de sua própria instabilidade...
Salvador, 18 de junho de 2011
PS- Passei o dia todo em casa... tem sempre mil coisas (sem hipérboles) pra ler... pra fazer... e aqui estou eu com o acúmulo de tudo que compôs o meu dia: livros, revistas, net, filmes, alguns telefonemas, um tempo fazendo as refeições (fiz doce de abacaxi... a torta deu preguiça), uns momentos com os filhos, umas cochiladas gostosas e esse poema... E eu juro que estou num dia de puro ócio! Se qusisesse encontraria uma parte da turma CS no Pelo... mas sinto que uma multidão não vai me fazer tanto bem como estar aqui comigo mesma...
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