terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Flutuando perto de você


Sua atenção é um fermento

Que me aumenta a fina massa

Uma corda que me amordaça

A uma sincera e profunda invasão

De sentimentos expressos

Contínuos e disperos

Em meio a tanta solidão

Porque a ti confesso

Sem medo de julgamento

Eu me sinto folha solta ao vento

Eu me sinto barco à deriva

Eu me sinto ilha privativa

Sem mapa e sem invasor

Sem latitudes conhecidas

À espera de um desbravador...


E se você disser "não pare"

E se você deixar acontecer

Vou pedir que me ocupe todos os espaços

Que me contenha em seus braços

E me permita mergulhar no teu ser...


E te alerto, caso eu me perca

Em sua complexidade de esfinge

Que nunca me relegue à realidade

Que nos sufoca e restringe

A seres praticamente iguais

Que entenda que é esse o meu processo

Te abro meu universo

E não te conduzo pela mão...


Porque nem tudo que nasce é perfeito

Nem tudo que cresce é direito

Nem tudo que tenho controlo

(Nem sei se quero controlar)...


Eu quero mesmo é me jogar

Lá do alto das tuas colinas

Sem minhas asas prontas ainda

E mesmo assim voar...

Em sua frente pousar

Sem o chão tocar

Flutuar

Te olhar, te comtemplar

E esperar saber o que fazer...


Salvador, 22/02/11 11h 28 min

Nenhum comentário: