quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O predileto - Preâmbulo

Preâmbulo

"O predileto", que exatamente às 11h 04 min do dia 16/02/2012 eu não sei se será um conto, um romance ou mais um "primeiro capítulo", surge pós poema "Perversa predileção". A minha tendência é ser romântica e extrememante verdadeira na linguagem metafórica dos poemas e fictícia usando a prosa... Vamos ao poema...

Pervesa predileção

Tenho vontade
De ver-te inteiro
Tocar teu ego
Sentir teu cheiro

Beijar-te sorrindo
Sentindo:
Teu gosto
Teu rosto
Tua boca...

Diz-me se sou louca
Por brincar
Em tão delicado território
Onde insuspeitos desejos transitórios
Não deveriam
Sequer volitar

Mas deixo-os decantarem-se
Na água turva das minhs emoções
Que se assentem
Que se esquivem
Das tuas sutis
E despretensiosas seduções

Seduções que sequer desconfias
Não tens culpa
Não tens noção
Da minha secreta imaginação

E da minha absurda
E discreta
Promessa...
De perversa
Predileção (15/03/12, 16h 52min)

Feita essa contextualização, partamos pro fictício, que ainda não consigo, como disse antes, ser fiel retratista da realidade em prosa.

Capítulo I - A mesa

Era um dia de calor insuportável. Céu de um azul profundo, sem uma nuvem sequer. Coisa de meio dia... Hora do almoço. Eu saí do banco e fui num restaurante de comida " no quilo" e climatizado, numa das ruas do bairro do Comércio. Havia tanta gente... sinal inequívoco de que a comida poderia ser boa.
Entrei na fila e escolhi apenas feijoada. Sentei, já com menos calor e sob efeito do ar condicionado. Primeira garfada e a carne tinha um gosto de "ardida"! Sabe como é? Ardida!! Que saco! Reclamei com o garçom, que me mandou pro gerente, que também era caixa e dono do lugar. Simplificando, o cara era um grosso, sem noção de como tratar uma cliente. Disse que ninguém tinha reclamado...
- Não tenho culpa se as pessoas não tem paladar... nem olfato... Tá ruim e eu não quero! (disse já irritada, que eu com fome sou uma onça!)
Ele pegou o prato e rispidamente disse:
- Faça outro prato!
- Desse restaurante eu não quero nada. Detestei o atendimento também...
Saí "arretada" que detesto gente sem educação! Tudo poderia ser diferente se ele acatasse minha queixa e fosse gentil. "O cliente sempre tem razão" é um máxima que todos os comerciantes deveriam levar a sério. Nessas horas eu queria ser da ANVISA ou alguma coisa do gênero. Multar, "autuar em flagrante" e botar o cara no lugar dele (risos). Bom, eu deveria estar na TPM! E sou mais chata, mais exigente... Dá uma vontade de brigar! Bom, tava ruim mesmo e eu saí ainda mais "morta de fome" e resolvi subir o Elevador Lacerda. Andei no sentido da Praça Castro Alves e entrei num restaurante " a quilo" sem ar, mais simples, mas que tinha uma comida que cheirava... Me servi de quiabada, arroz, pedi um refri e sentei... Minutos depois chega um cara e pergunta:
- Com licença, posso me sentar na sua mesa?
- Claro...
Bom, não tinha realmente outra mesa completamente vazia. O restaurante era pequeno e estava lotado, pois eram quase doze e meia. O cara começou a conversar e eu mudei de "arretada" pra "hummm que bom que deu tudo errado no outro restaurante"... Pá de lá, pá de cá... Boi tem chifre, cavalo não tem e coisas do gênero, descobri que o moço estava na cidade pra fazer uma prova de um concurso e era da área metropolitana de Porto Alegre. Não parecia um "gaúcho" típico. Era mulato, como grande parte dos baianos. O sotaque relamente era bem presente. E só.
Contei a história do outro restaurante e ele, cheio de senso de humor e aceitação me deu inteira razão. O tempo foi passando... Uma hora... da tarde!
- O que você fai fazer hoje à noite? (perguntou ele)
- Talvez vá ao cinema, perto de casa. E você?
- Ainda não sei. Um cineminha com você seria ótimo! Onde você mora?
- Se eu disser, provavelmente você não vai saber onde é...

Fim do capítulo I... "O predileto" não tem nada a ver com essa história... Eu estou aqui "enrolando" vocês e contando histórias reais. Ou semi-reais... Não vale! Eu falei que ia ser fictício... Como acabou a história com o gaúcho? Ah... deixem de ser curiosos!!! Sejam criativos e dêem o fim que quiserem... Mas vamos colocar umas opções, de acordo com alguns perfis e expectativas que compactuam com esses perfis:
Perfil 1 - Você é homem e acha que os dois tem que ir terminar essa conversa num lugar "reservado", com teto de espelho.
Perfil 2 - Você é mulher, mesmo não sabendo como é o gaúcho fisicamente, achou que ele merece uns beijinhos pelo menos.
Perfi 3 - Você é alguém (qualquer identidade) e acha perigoso dar tanta atenção para um perfeito estranho, mesmo sendo ele gentil, educado e muito charmosao.

Final 1 :
- Relamente... não conheço muitos bairros por aqui... só Itapoan... e um monte de praia que fica entre o aeroporto e o meu hotel, na Barra... O taxista veio me mostrando...
- E ele veio pela orla... Acho que pela Paralela seria mais rápido, mas pela orla é bem mais bonito...
- É...eu pedi pra fazer o caminho mais bonito... Então, agora eu preciso ir pro local da prova, que será as 14h... Lá pelas seis eu tou livre e adoraria ir ao cinema com você ou outra coisa que queira fazer. Poderiamos sair pra jantar... Qual seu telefone?
Trocamos números... andamos até a Praça Castro Alves, onde ele ficou no ponto de ônibus e eu segui a pé pela Avenida 7. Saí com um risinho feliz no rosto...desses que a gente estampa quando tá paquerando... Como essa é a versão masculina, do tipo de perfil 1, acaba assim: os dois saem, vão ao cinema... as mãos vão se tocando lá naquele escurinho do cinema... o clima vai esquentando e... Ah, tem o o jantar... bom, o cinema é num shopping sem muitas opções e a gente vai comer pizza... Bom, esse final 1 acaba em pizza mesmo! Fim!

Final 2
- Eu moro no Imbuí, conheçe?
- Não, mas gostei do nome... Após a prova eu poderia te fazer companhia no cinema ou onde você quiser ir. Hoje de manhã eu dei uma volta pelo Pelourinho e Santo Antonio. Gostei muito de um café com vista pro mar... e daquele bar dentro do Convento do Carmo...
- Muito sossegado ali... E dá pra ir a pé daqui... Onde é sua prova?
- Não muito longe daqui... num colégio no bairro Vitória...
- Ah, sei onde é... Aliás, nessa mesma rua (e apontei para Avenida 7), direto, você vai chegar lá. Há vários museus nessa rua... Se quiser e gostar de museus, posso ir com você amanhã... São uns poucos quilômetros daqui... Mas é melhor pegar um ônibus ou taxi ali (e apontei pro ponto em frente a estátua de Castro Alves)
- Vamos atravessar...
Atravessamos, ele sacou a máquina, tirou fotos do poeta, da vista esplendorosa da Baía de Todos os Santos...de mim... sem pose, ao acaso... Eu tirei fotos dele... Depois pedimos a um traseunte (adoro essa palvra, tran-se-un-te) pra tirar foto da gente. Ficamos bem perto e senti o cheiro dele mais de perto... Gostei!
- Olha como essa ficou boa...
- Linda mesmo... digna de um cartão postal...
- Não te perguntei, mas gostria de saber... Você não usa aliança... é casado?
- Nããão!!! Solteiro! E você?
- Sou livre!
- Como um taxi?
- Como um taxi (disse sorrindo e gostando mais ainda do humor dele)...
Sabe aquela hora que você fica só olhando pro outro...pensando um monte de coisa, mas sem coragem de dar o passo nesse sentido? Então, tivemos esse silêncio... Poucos segundos... A gente vai se olhando... se aproxiamando... mais perto... mais perto... o contato é realmente necessário e você quer sentir o gosto do outro... Parece que nesse momento a sua música preferida toca em algum lugar... a gente se abraça... ele é forte e suave ao mesmo tempo... beija devagar... sem ânsia... Ele é uns cinco anos mais novo que eu... adulto... livre como um taxi... e o seu beijo... O seu beijo dá uma vontade de conhecer todo o resto... E o calor de de uma e tanta da tarde é forte... Como seu abraço... como o seu toque... como o seu beijo....
Fim da versão "Perfil 2"

Final 3
-Se eu disser você não vai saber onde é...
- Não vou saber mesmo... Mas...
- Ah, nossa.... o tempo voa... peciso mesmo ir...foi um prazer... (e saio com medo que o estranho me siga)
Fim do fim...

Salvador, 16/02/2012 12h... Tou moooooorta de fome... e o telefone tá tocando...tchau!



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