segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gênero, sexo, sexualidade e todo o resto... Ou... Quando eu morrer eu vou pro céu?

Meu trabalho inspirado na leitura de Butler deveria ser algo mais profundo. Mas resolvi não tentar "ensaiar" ou "roteirizar" a complexa leitura de Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade .
Na verdade eu gosto da profundidade dos filósofos e adoro a simplicidade das teorias (risos irônicos). Mas, infelizmente, para mim o texto de Butler não é atraente. Isso já aconteceu comigo antes... Eu detestei a primeira vez que tentei ler Vidas Secas, aos doze anos. Anos mais tarde achei excelente. No alto dos meus 39 anos atuais, eu não entendi Butler e ponto final. Não vou ter como entender seus postulados e suas críticas e nem vou fazer de conta que sou erudita... Confesso minha ignorância e parto para uma nova modalidade do trabalho proposto pelo Pofº Dr. Fernando Passos... Quer dizer, vamos tentar, né?
Bom, o que entedemos por teoria Queer? O que entendemos por feminismo? O que entemos por teorias pós-modernas, pós-estruturalistas ou seja lá que pós seja? O que realmente faz sentido para nós nas questões referentes à sexualidade?
Chega a ser contraditório que eu não me importe nem um pouco com o meu papel na sociedade como mulher que sou. Nunca me passou pela cabeça a dualidade sexo/gênero. Muito menos sexo como natural e gênero como cultural. Eu sou um ser humano! Sexo feminino, com tudo no lugar. Me reproduzi muito cedo : aos 17 anos! Depois novamente aos 18! E sexo e sexualidae andaram de mãos dadas, sem muita ruptura...
Aliás, eu não quero romper com nada nem propor nada de novo. Acredito num mundo aqui e outro acolá. Acredito na força dos genes, mas também na "bagagem" espiritual e nas possibilidades das reencarnações sucessivas. E nas reencarnações você tanto pode nascer como homem ou como mulher. Então, pra mim, a essência (ou espírito, como queiram) não tem sexo! O corpo tem! E isso não é simplesmente "binário"!!!
Aí a gente nasce mulher, torna-se mulher (ou não) e escolhe um modelo imposto socialmente? E se a sociedade levasse em consideração apenas o desejo e não as convenções impostas sabe-se lá onde e quando? E se "se nasce mulher", se nasce fadada a opressão sempre? Concordo que em algumas culturas é inegável o "esmagamento" da mulher, mas estamos no Brasil!!! E a realidade daqui é diferente de qualquer outra, não é? Existe uma supressão de direitos? Uma ordem mundial dominante que coloca de um lado o "machismo" e do outro o "feminismo" ? De um lado os homens e na outra margem as mulheres? Não sei... Não tenho opinião formada sobre tudo... Só sobre quase tudo...
Tentanto finalizar: não haveria tanta necessidade de afirmar nada se nos aceitássemos como somos. Se fôssemos realmente livres em nossas escolhas ou modos de vida. Se não precisássemos da opinião do outro, do olhar de reprovação do outro, da aprovação do outro...
Se vivessemos moralmente, mas não numa moral construída pela ótica de uns poucos. O que é certo e o que é errado?
O papel da sociedade, da família, da religião e das crenças pessoais parecem ser o divisor de águas quanto vêm á tona às questões da sexualidade. Por exemplo, viver sem regras é impossível. Códigos de ética, códigos morais, códigos de honra e todos os outros códigos são pilares "fundantes" (pra usar a terminologia de Butler) da espécie humana. Mas que espécie humana é essa? Se somos todos diferentes um do outro nos mínimos detalhes, como podemos nos reduzir a dois gêneros? Podemos nos reduzir a três sexos? Talvez... Mas a única conclusão a que chego é a de que somos meio "induzidos" em todos os processos da vida... Somos algemados àquilo que nos parece ideal ou coneveniente... E romper com isso às vezes não é interessante.
Ah, e só pra não deixar o desejo, que deveria ser o guia das escolhas sexuais (no meu ponto de vista) de fora desse "textículo", gostaria de solenemente declarar que sou hetero... Não porque aprendi que deveria ser assim, afinal eu poderia mudar de opinião, se quisesse... Mas o desejo só se expressou por homens... e por poucos! Ninguém fala disso.... Da não obrigatoriedade de desejar... Podemos passar pela vida assim como eu: sem tantos desejos físicos! Terrível, né? Talvez... Pode ser orgânico... Pode ser um traço da minha personalidade... Pode ser qualquer coisa... Ah, pode ser até um trauma que não consigo sequer descobrir... O fato é que desejo pouco... E assim me sinto conofrtável como "ser humano"...

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