quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Templo


Meu corpo é um templo

Secreto, sublime, sagrado

Com muitos espaços ocultos

E muitos nichos ocupados...


Nele penetraram peregrinos

Ávidos, lépidos e rápidos

Se perdendo em labirintos

Conscientemente traçados...

Sairam após uns dias

Sem deixarem marcas visíveis

Ou foram expulsos sem remorso

Posto que suas presenças eram tardias

E completamente dispensáveis

Sequer lembro deles

De certa forma eram insensíveis...


Agora elevo meu templo

A uma condição perene

Admito sensações imunes

Aos códigos do sentimento

Sou eu no comando do meu altar

Sou eu buscando um sacedorte para celebrar

As minhas delicadas emoções

A despeito das antigas ilusões

Quimeras e insensatas paixões

Para as quais sequer quero olhar...


Porque transmuto meu corpo num templo

Secular, peculiar e intenso

Vedado aos curiosos, que apenas gastam seu tempo

Em busca de conquistas, sem nenhum envolvimento...


Agora estou num plano diferente

Num eixo invertido

Onde retiro os véus da sombra

E me liberto do exílio

Abro as portas do meu templo

Para as luzes que me conduzirão ao infinito


Salvador, 11.11.10 11h 52 min


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