quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quase-reflexões pós-Rio

Eu comprei a passagem de ida com pontos do meu cartão Dotz e acrescentei alguma grana. Mas aí eu tava literalmente sem pique, sem energia, sem vontade de sair... Com essa "morbidade", desisti de viajar no feriadão e liguei pra Avianca pra deixar a passagem em aberto. Aí surgiu a possibilidade de ir de carro. Meu coração fez "tlin, tlin", pois adoro uma aventura. Especialmente uma não muito programada...




Eu tava no "Red River" com John e Anne e falando sobre isso na terça á noite... De que poderia ir mas não ia... Enfim, amigos de verdade sempre dizem coisas que nos ajudam, né? Peguei uma bala e escondi na mão. Coloquei braços cruzados e disse pro John:



- Escolhe uma mão. Se sair a bala, eu vou pro Rio...

- Essa! ( E saiu a bala)

- Ah... agora sua vez Anne!

- Já saiu um sim...agora você tem que ir!

- Só se sair sim de novo...

- Essa! (E saiu a bala de novo... )Ainda relutei e John disse:

- O que tá pegando pra você não ir?

- Ah, grana... quer dizer, nem se gasta tanto assim...mas essa falta de energia... sei lá!

- Se daqui a cinco anos, você olhar pra trás, vai se arrepender de não ter ido?

- Nem precisa ser daqui a cinco anos... vou me arrepender!

- Então vai!

Aí peguei o celular e liguei pro Bruno, que ia mesmo de carro no dia seguinte... Eu tinha ligado minutos antes dizendo que não ia... e ele foi dormir. Não consegui mais falar com ele e mandei uma mensagem... John ainda disse:

- Ele vai te ligar!

Continuamos papeando, saímos do Largo da Dinha e fomos no Suco 24 horas. Cheguei em casa mais de meia noite. Na quarta, não tinha nenhum ânimo pra trabalhar. Acordei mais de nove horas e pensei que o Bruno já tivesse longe a uma hora daquelas... Toca o celular.

- Ainda quer ir pro Rio?

- Quero! Em quanto tempo você sai?

- Ainda tou arrumado a mala e vou procurar um lugar pra almoçar!

- Vem almoçar aqui!

- Não sei chegar aí! Melhor você vir pra um lugar mais fácil...

- Ah tá... no posto de gasolina BR que tem na frente da rodoviária...

Peguei a mala de rodinhas e enfiei algumas roupas... Passei no mercadinho e comprei uns biscoitos e salgadinhos e um refri. Ia de ônibus pra rodoviária, que dinheiro tava curto, mas ia passando um moto-taxi e eu decidi pegar. Em poucos minutos estava no posto esperando pelo Bruno, que também não demorou muito a chegar. Ele almoçou no próprio posto uma refeição congelada que foi pro microondas. Sem mapa, sem GPS (que só foi ser encontrado embaixo do banco quando chegamos em Búzios!), ele foi pegar informações como se chegava na BR 101. E assim começou a viagem...



Paramos pouco no primeiro dia e ouvimos o único DVD que tinha no carro, o do Kid Abelha Acústico. A Bahia é enorme! Dormimos em Eunápolis e comemos no quarto uma pizza muito ruim, pois paramos tarde e já tava tudo fechado.



N outro dia, saímos umas 10 horas. Almoçamos em Teixeira de Freitas. Em uma cidade, que nao lembro mais qual foi, comprei um CD com milhões de músicas flash back... E ouvimos ele o caminho todo. Lá pelas 18 horas estávamos em Vitória (ES) e nem passamos na cidade, continuamos. Já eram mais de 22 horas quando chegamos a Macaé (RJ) e eu sugeri que dormíssemos lá. Deu taba lho achar pousada em conta.... Aliás a pousada foi cara. De manhã fomos na praia perto e eu finalmente acessei a internet. Vi que Búzios era perto e desviamos um pouco pra ir lá. Búzios é linda e eu adorei! Ficamos num restaurante frente ao mar e comi um filezinho ao molho de gorgonzola delicioso. Tomei umas cervejas e depois de um tempo, continuamos viagem. Aí finalmente cochlei no carro, pois fomos a viagem toda conversando. Um papo muito legal, que envlvia os conhecimentos do Bruno em várias áreas, incluindo política. Eu sei que o GPS foi achado e quando acordei já estávamos perto do Rio... O Bruno me deixou na casa do Lincoln, que iria me hospedar perto das 19 horas...



A viagem me fez muito bem. O caminho todo eu relaxei minha mente e fui tomando algumas decisões... Outra hora falo disso... O Bruno é excelente companhia, dirige muito bem e mantém um padrão de calma e tranquilidade invejáveis. Ele foi hospedado pela Mônica aqui em Salvador e foi assim que o conheci, pois o levei para conhecer a Cidade Baixa da segunda. Ele e todas as pessoas que citei no texto são membros do Couch Surfing(CS). Fui os conhecendo ao longo do tempo e posso dizer que são meus amigos mesmo, não apenas pessoas que encontrei no CS e só.



No Rio liguei pra Anne que já tinha ido de avião. Fui com o Lincoln no Centro de Tradições Nordestinas em São Cristóvão e não gostei muito. Muito barulho! Chovia um pouco também e ficava meio molhado. Vi a galera do CS, jantando num do restaurantes, mas não ficamos muito e comi uma carne de sol noutro restaurante . Fomos a outra opçao de festa, na Quadra da Escola de Samba do Salgueiro. A outra turma do CS que optou por essa festa, já tinha entrado e eu tinha tomado remédio pra dor de cabeça... Tava cansada da viagem e com sono... Voltamos pra casa...



No sábado fui ao bairro popular de Madureira, pra conhecer o Mercado Popular e a quadra da Escola de Samba da Império Serrano. Nooooosa quanta gente! Várias bandas se apresentaram e a entrada custa R$ 15,00 pra mulher e 20,00 pra homens. Lá vende uma feijoada que custa R$ 12,00 e é farta, no entanto, tem que se pegar uma fila quilométrica pra conseguir comer. E é óbvio que eu não gostei disso. Eu também não gosto de samba. Posso até ouvir e ensaiar uns passinhos, mas não sou fã. Fui pra encontrar os amigos mesmo. Ah, pegamos um metrô e um trem pra chegar lá... O trem que partiu da estação "Central" no sentido de Belfor Roxo vai balançando, balançando... A cada parada, entram vários ambulantes vendendo de tudo. De batatinha a bolas de futebol!



Saí de Madureira com a Anne e demos umas voltas no comércio local, composto de várias ruas e muitos pequenos "shoppings". A noite a festa foi num bar da Lapa. Desse eu gostei!!! Tinha uma banda de rock tocando música anos 80 na parte de baixo que era muito boa. No primeiro andar, onde estava a grande maioria da galera CS rolava música eletrônica e estava bem animada... Me diverti muito e só saí de lá de manhã!



Domingo teve Pic Nic no Aterro do Flamengo, onde fica o MAM também. Esses encontros onde cada um leva uma coisa,são os meus preferidos. Tentei andar naqueles elásticos e mais uma vez não consegui dar mais de um passo. A Camila Pitanga tava bem perto, com a filha o marido e mais outra criança. Botou a filha pra andar segurando-a pela mão. No Rio é comum encontrar atores pela rua. depois, segui com a Isabelle (que eu já conhecia do Luau de Carnaval em Recife), uma amiga sua e mais o Vinicius (Rio) pro Pub Crawl. Segui o Pub Crawl mas não comprei as bebidas inclusas no pacote. Comi uma ótima costelinha de porco com molho barbecue no "Costello". Comida deliciosa, mas é bem pequeno... Depois fomos no "Pueblo", com um garçom bem estressadinho e uma “mocilada” muito agudada, mas a Pina Colada era boa... Coitado, atender mais de 30 pessoas não deve ser fácil! Ainda fomos a mais dois bares e o grupinho que ficou comigo só saiu quando fechou! É muito bacana conhecer vários bares na mesma noite!



Segunda fui no Jardim Botânico de manhã e rolava uma gravação da novela de época "Lado a Lado". Tirei algumas fotos e adorei o Jardim Botânico. Marquei lá com o Joe (Rio) e a Claire (Inglaterra). De noite encontrei novamente a galera CS no metrô Uruguaianas e de lá seguimos pro samba em espaço abeto na "Pedra do Sal". Acho que poque na terça seria feriado, o lugar não estava apenas cheio. Estava simplesmente apinhado. Mesmo assim conseguimos ficar juntos e depois fomos a um restaurante mais na frente. Combinei á com o Carlos e ele foi. Nesse dia eu voltei pra casa dividindo a taxi com a Gabriela e mais dois CSers da França, que falavam português bem e com os quais dei muita risada.



Terça, meu último dia eu iria a Petrópolis de carro com uma menina que postou sobre isso, mas amanheceu chovendo e o passeio foi cancelado. Aí fui no Centro Cultural Banco do Brasil pra ver a exposição dos Impressionistas. Uma fila quilométrica me fez desistir. Acabei indo encontrar o Paulo (MG) em Ipanema, no Sindicato do Chopp. Depois chegou um outro rapaz da Alemanha que ficou lá, depois que fui embora.



Afe! Foi divertido sim! Encontrei um monte de gente que já conhecia de outros encontros do CS, como o pessoal de Porto Alegre (Ralf, Fernanda e Jô) que são muito legais! Novas amizades também foram desenvolvidas nesse período, pois a essência dos Encontros do Couch Surfing é proporcionar interação, não apenas diversão.



Tirei poucas fotos, pois quase não saí com a máquina. Mas depois junto as que outras pessoas tiraram e  monto um álbum no meu Face.



Meu vôo de volta era pra sair 21h, saiu 23h e cheguei em Salvador à meia noite (por causa do horário de verão). De volta, já no trabalho, tou com saudade dos meus amigos daqui e vou hoje no nosso meeting semanal, lá no Mercado Bar... Sabe aquela minha falta de energia e desanimação pra sair? Rapaz, eu tenho um conselho... Se qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo tiver te deixando diferente, viaje! Não importa se de carro, de avião, pra perto, pra longe... Sair da rotina parece suscitar uma disposição diferente. Há quem goste de viajar só. Eu prefiro ter companhia. O Couch Surfing me proporciona encontrar novas pessoas em cada lugar. Nesse encontro Nacional, óbvio que foram muito mais participantes e há toda uma estrutura que se organiza para isso. Mas, quem usa o viajar como forma de relaxar e também ficar mais criativa e inspirada para escrever, por exemplo, tem nas pessoas que integram o CS um aporte, sabe?



É isso... Viaje! Saia da rotina! Eu recomendo! Ah, e faça mais amigos também! Tudo bem que dá trabalho fazer e manter novas amizades. Mas a gente aprende sempre com os outros, né? A vida é um eterno aprendizado!!!

Saudades impossiveis

Saudades impossíveis
De coisas perecíveis
Que nunca desfrutei com você
São indefectíveis
Pausadas motrizes
Não conduzem a nada que se possa ver...

Eu nunca imagino
Um quê de desatino
No seu modo de me perceber
Acho que nem te ocupas
De coisas tão abruptas
E simplesmente não sei o que dizer...

Assim, esteja certo
De que não mais desperto
Em mim o desejo de você
Apenas especulo
Que quando se quer dar um pulo
É preciso um impulso
Que o faça trasnceder...


Salvador, 16h 10 min

Afinal, para que serve uma pessoa que não vemos, não tocamos e nem sentimos? Pra inspirar um negócio desse!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O Livro Misterioso

Capítulo I – O livro misterioso






Eu tava num "sebo" enorme, com estantes e mais estantes de livros... Atchim, atchim, atchim... Ai minha alergia a poeira. E fui olhando, olhando, entra corredor, sai corredor... Adoro esse ambiente assim cheio de conhecimento. Assim como adoro bibliotecas. Peguei um banquinho e subi nele pra ver umas publicações mais no alto... Hummmm....interessante!!! Vou levar esse também... Coloquei numa prateleira mais baixa... Do nada surge por trás de mim um cara. Pensei que fosse vendedor da loja... Tomei até um susto, pois era tudo silêncio ali e ele chegou tão sem barulho que parecia materializado!

- Você vai levar este livro? (e apontou pra relíquia que acabara de encontrar)

- Tou querendo....espero que não seja muito caro... por que?

- É que estou aqui por causa deste livro...

- Ahn....você também queria comprá-lo? Deve haver outros exemplares! Pergunte ao vendedor! Ás vezes eles têm outros guardados...

- Tenho certeza que não... chequei antes nos sites... esse é único...

- Hummmm... é que me interessei, sabe... mas se for importante mesmo pra você, podemos dar um jeito...Posso te emprestar depois que eu ler...ou você fazer uma cópia... enfim, vamos ver o preço...



O sujeito era tão diferente. Ao mesmo tempo que ele dizia querer tanto o livro, parecia que não queria. Era estranho. Enquanto andamos até o caixa, eu o reparo de cima a baixo. Alto, o que eu presumo uns 2m de altura, pele clara, tipo branco escritório, careca, olhos meio azuis, meio verdes... Nenhum pelo no rosto. Cismei que se ele deixasse o cabelo crescer e fizesse um cavanhaque, ficaria irresistível... E também achei que ele era meio ruivo, sabe? Mas tudo suposição. Ele vestia uma camiseta laranja de um tecido parecido com algodão, mas era diferente... Nossa, nunca vi um tecido que desse tanta vontade de pegar como aquele. E a calça era tipo jeans. Há tantos tipos de jeans e aquele, de um azul claro eu também nunca tinha visto. Olhei pros pés... Aliás, eu esquadrinhei o cara centímetro por centímetro. Porque me dei conta que ele era bem estiloso, diferente... Não fosse a pronúncia perfeita e em bom português, diria que era estrangeiro... O sujeito tinha músculos naturais, na medida certa... Pensando bem, que cara bonito!



- Pois não ? (disse o cara do caixa)

- Veja o preço por favor! (disse eu)

O cara passou o leitor de códigos de barra e olhando pra mim firmemente disse:

- Custa R$ 1,00.

- Sério? Nunca vi um livro dessas dimensões e com este número de páginas por esse preço... É isso mesmo? (Pensei que fosse custar uns R$ 200,00, pois era um livro tamanho A3, com o que imaginava ser mais de 600 páginas, material de excelente qualidade na capa impressioantemente bonita. Essa capa parecia de uma espécie de plástico semelhante ao âmbar... Na verdade, eu nem tinha folheado o livro ainda....Tinha gostado tanto da capa, que sequer tinha olhado o conteúdo. Parecia uma caixa, sabe? Tinha até uma espécie de fecho em relevo que eu nem sabia abrir!

- E então - disse o careca lindo- você vai mesmo comprar o livro?

- Por R$ 1,00?? Eu vou sim! Mas como te disse antes, podemos trocar telefones e depois que eu ler te empresto... Como é mesmo seu nome?

- Omy... (Sorriu ligeiramente... puxou um cartão e me deu.)

- Diferente... Então, tenho seu cartão, ligo pra você quando eu terminar de ler...

- Você não sabe abrir o livro... vai precisar de mim para abri-lo!

- Nada...eu abro sim, ó - e tirei o livro de dentro do saco, enquanto caminhávamos pra fora do sebo... Olhei, olhei e não achei exatamente como abrir... Fiquei meio desconcertada... Passei o livro pra ele e fiz sinal com a cabeça pra ele abrir... Ele abriu um sorriso ainda maior).

- Um livro que você não sabe abrir... Tenho uma oferta pra você... Me venda o livro... eu realmente preciso dele... Te ofereço mil vezes o que você pagou...

- Mil reais? Tá, ele tem uma capa muito original e linda, diferente... Mas vale mesmo isso tudo?

- Vale mais do que você pensa...

- E você ainda me diz... Que bom negociador é você...

- Pois é, não sei mentir...

- Nunca?

- Nunca?

-Então me conte, qual seu interesse "nesse" livro? O que tem de tão bacana no conteúdo?

- Meu interesse não é comercial... é tudo que posso dizer...



Chegamos na rua.



- Olha, você vai ou não abrir o livro? De que ele fala mesmo?

- Não vou abri-lo... você vai...

- Como? Não viu que não sei como abre isso...

- É que você precisa ser lembrada - disse ele em tom de mistério.

- Você deve estar brincando comigo, né?

- Não costumo brincar...

- Não brinca, não mente... de que planeta você é?

- Você não conhece...

Dei uma grande risada... Tá certo que ele era diferente... mas não se admitir daqui, poderia indicar que o cara era meio doido, sei lá... Tudo bem que não me sinto daqui também... Mas não saio dizendo isso pros estranhos, né?

- Ah, não? Não é desse sistema solar...

- Não...

- Está me dizendo que não é desse planeta... Ótimo, sempre quis conhecer um ET!

- Onde você vai agora?

- Num sei... talvez ao cinema...é só descer a rua e tem o "Glauber"... acho que vou ver alguma coisa lá...

- Aceita minha companhia?

- Pro cinema? Claro! Vou muito ao cinema sozinha... Vou adorar sua companhia...



E fomos andando... Era tarde de um sábado... Da rua do sebo, pro cinema eram menos de cinco minutos a pé... O cara era muito sério e engraçado ao mesmo tempo. Ele tinha um ar de mistério... Uma aura diferente e eu não pude "traduzi-lo em cinco minutos", com eu costumava fazer... Chegamos ao cinema... Na verdade eu nem precisava pagar ingresso, pois havia uma "sessão do professor" naquele horário e eu tinha uma carteirinha que me dava direito a dois ingressos. Expliquei pra ele... ele agradeceu...



- Quer uma pipoca?

- Não sou muito de comer pipoca em cinema... prefiro comer outras coisas... (realmente não gosto no cinema... em casa eu gosto). Que tal pegarmos alguma cosa na lanchonete? (e caminhamos pra lá).

- Então, o que você quer comer?

- Ah, não tou com fome. Mas aceito uma cerveja...



Ele piscou o olho e foi no balcão. Pegou duas cervejas...Sentamos nas mesinhas... Ainda faltavam uns trinta minutos pra começar o filme. Eu também nem gosto de cerveja, mas achei que um pouco de álcool me relaxaria, pois de alguma forma eu estava um tanto tensa com o cara. Primeiro encanei no sebo. Depois comecei a achar que ele podia querer roubar livro a qualquer momento... Coisa muito ridícula, pois se fosse essa sua intenção, teria feito isso lá na rua do sebo, que é meio deserta. Sim, mas e aí? O que ele queria? A gente tá tão acostumada a temer tudo e todos que muitas vezes julga de cara tudo e todos... Aí fui tomando a cerveja e relaxando... Reparei que ele não bebeu a dele... E eu já tinha terminado a minha... Ele trocou a minha garrafa vazia pela cheia dele e disse:

- Pode tomar a minha.... Eu não bebo...

- Ah...eu também geralmente não... Mas vou tomar a tua também... (tomei meio como quem bebe água e fiquei imediatamente mais tonta... Ele olhava com cara de quem entendia o que eu estava fazendo)

-Vixe, fiquei tonta...

- Não se preocupe... é natural após duas cervejas...

- Juntou a sede... o calor...

- Mas e você, não bebe nada ou só não quis beber hoje?

- Tem um líquido que eu gosto... Tenho aqui... gosto muito... Você gostaria de experimentar?

- Quero! (nem pensei em nada... ele pegou na sua malinha, que parecia ser o “case” de um lap top pequeno um frasco escuro e metálico que não parecia ter mais de 10 ml. Aí foi que caí na real... Aquilo parecia algum tipo de droga... e potente, pois num frasco tão pequeno ainda tinha um conta-gotas.)

- Não é o que você está pensando?

- No que eu estou pensando?

- Que é algum tipo de droga...entorpecente...

- Olha cara, sou careta....não curto droga não...

- Não é... Lembra que eu não minto?

- E quem me garante?

- Você precisa confiar em mim!

- Preciso? (disse eu rindo)

- Precisa. Não precisa experimentar... pode continuar bebendo cerveja. Mas te garanto que isso aqui não é droga, nem tem álcool.

- E afinal o que é isso?

- É como a água pra vocês...

E ficou com aquele sorriso enigmático... Pegou o conta-gotas... Aplicou uma gota na boca... Eu tinha visto um lance parecido num filme sobre drogas, só que no filme a droga era colocada no olho. Fiquei esperando a reação dele... Nenhuma... Pensei que talvez pra ele aquela quantidade não fizesse efeito. E fiquei curiosa de experimentar também. Ali em plena lanchonete do cinema, uma e tanta da tarde. Peguei o frasco das mãos dele... Tentei abrir... não abria...

- Menina, preciso te falar uma coisa... Mas antes, aceite um presente meu ... (E pegou na “case” uma caixinha metálica. Abriu pra mim e dentro tinha um anel. Com um metal parecido com cobre, pela tonalidade e uma pedra toda lapidada, do tamanho de uma moeda de um real. Era um anel lindíssimo! E tão diferente, que me pareceu raro... Oxe, o cara me conheceu hoje e vai me dar esse anel? Hum-hum...tem algo errado nisso...)

- Muito bonito o anel. Mas não posso aceitar. Acabei de te conhecer. E também não posso te dar nada tão valioso em troca.

- Menina, você precisa esquecer as suas convenções... (pegou o anel e colocou no meu dedo anelar da mão esquerda. O lugar onde se usa a aliança de casado por aqui)

- Lindo esse anel... que material é esse? Coube certinho em mim...

- É um presente... aceite... não me diga não novamente... (Novamente? Pensei eu ! Oxe, eu disse não a que antes? Ele pegou o livro, tirou-o do saco e o pôs sobre a mesa. Pegou minha e só aí pude sentir a mão dele, que era suave como uma pétala de rosa... Isso parecia acontecer tão rápido... Aí ele encaixou a pedra do anel num das reentrâncias do livro... Senti que o livro abriu...

- O livro só abre com o anel?

- Sim, e só com a pessoa certa.

- Muito interessante. Tou começando a “viajar” nas suas idéias, Omy... posso agora finalmente descobrir o que afinal tem nesse livro?

- Não quer saber de nada antes?

- Preciso saber de alguma coisa antes? Tem algum perigo eminente se eu abrir e ler o livro? Mortos ressuscitarão? Múmias correrão atrás de mim? (disse em tom de ironia e riso)

Com um olhar um tanto triste, que eu ainda não tinha visto em seu rosto, ele disse:

- O livro é uma espécie de portal. Ao abri-lo podemos viajar no tempo e espaço. Só que você faz parte agora desse tempo, desse lugar. Se fizermos isso aqui, você vai literalmente não ver mais essas pessoas. Não é muito aconselhável. É melhor irmos a um lugar onde não estejam nos vendo. E ficaria mais fácil pra você se usar uma gota do “ibissus” (mostrou novamente o frasco conta-gotas).



Eu estava já acreditando em tudo aquilo. Era muito louco, mas quando a gente quer acreditar, a gente simplesmente acredita. Mas uma ponta de racionalidade chegou na minha cabeça novamente. Ok, eu aceito tudo que o ET disse, vou no banheiro com ele, uso a droga, morro, ele retira meus órgãos, leva o tal livro, que parece ter algum valor sentimental ...Argh! que horror! Essa história toda não faz sentido! Com tudo isso em mente ele me olhou nos olhos e disse:

- Você acha que se eu quisesse lhe fazer algum mal, já não teria feito? Eu sei que poso te convencer com fatos. Posso te mostrar algo de concreto. Mas eu preferia que você confiasse em mim...

- Ei, cara, eu te conheço há menos de uma hora. Como posso confiar tanto em você? Inda mais com essa conversa de livro, portal, sua droga conta gotas e esse anel aqui...

- É... eu suspeitava que falando apenas a verdade não daria certo...



Capítulo II – O livro misterioso caro



Estou num sebo... pego um livro diferente numa prateleira alta... A capa é toda trabalhada e não tem título. É pesado e tão bonito que independente do conteúdo quero-o pra mim. Já imagino ele em destaque na mesinha de centro lá de casa.

Estou nessa contemplação quando surge um cara parecendo recém saído de um cartaz de cinema. Altão, bonitão, cabelos ruivos na altura dos ombros, um cavanhaque que o deixa ultra sedutor. Vixe, que homem lindo!



- Você vai levar este livro? (e apontou pra relíquia que acabara de encontrar)

- Tou querendo....espero que não seja muito caro... por que?

- É que estou aqui por causa deste livro...

- Ahn....você também queria comprá-lo? Deve haver outros exemplares! Pergunte ao vendedor! Ás vezes eles têm outros guardados...

- Tenho certeza que não... chequei antes nos sites... esse é único...

- Ah, vamos ver o preço.

Andamos até o caixa. O vendedor diz:

- Custa R$ 1.000,00... Dividimos em 10 vezes...

Arregalo o olho e digo:

- Todo seu! Não pensei que fosse tão caro... ( O ruivo saca o cartão e paga em débito... eu vou saindo... Nem quis mais comprar nada...)

- Ei, menina, espera...

Eu paro no meio da loja e espero ele vir andando... Lindo no seu jeans azul claro e sua camiseta laranja.

- Sim?

- Tome! É seu!

- Como assim? Você acabou de pagar mil reais por esse livro! E também acabou de me conhecer!

- Não necessariamente assim...

- Como assim?

- É que tem pessoas que a gente não acabou de conhecer... a gente conhece de todo o sempre...

- Ah, você também é espiritualista?

- Sim... e ficarei muito feliz se além de aceitar esse livro você aceitar meu convite para um café... ou um chá....conheço um lugar no Santo Antonio com uma ótima vista pra Baia de Todos os Santos...

- Aceito o convite... o livro a gente vê depois... vamos no lugar que você falou... Podemos ir a pé pelo Pelourinho...

- Sim, podemos, mas meu carro está estacionado logo aqui na frente... Posso deixá-lo aqui e vamos a pé... Só que depois vou precisar volta a pé tudo de novo e não acho essa rua muito segura...

- Realmente essa rua é meio esquisita... Principalmente aos sábados, quando o comércio fecha cedo... Eu ia ao cinema sozinha, mas achei muito mais interessante sair com o ruivo bonitão!

O carro dele estava mesmo em frente ao sebo. Entramos e ele fez uma sugestão.

- Podemos ir ao café, ao MAM... ou a qualquer outro lugar que você queira. Na verdade eu tenho um pequeno barco ancorado na marina... Podemos velejar um pouco... o que acha?

- Acho ótimo...vamos sim...

Rapidamente chegamos na marina e o pequeno barco que ele se referiu era na verdade um iate com duas cabines.

Ele me mostra o frigobar e me oferece uma garrafinha do que parece um vinho, só que de cor alaranjada. Pega duas taças também laranja e serve nós dois com o líquido que é efervescente como minha vitamina C. Ergue a taça num brinde e diz:

- Ao nosso reencontro...

- Ao nosso encontro...

Sorvo o líquido e imediatamente me sinto muito leve...Me apoio mais ainda no sofázinho onde estou reclinada...

- Nossa, que bebida é essa? Sabor diferente... nunca tomei... Quer dizer, parece em cor com minha vitamina C...

- É uma espécie de bebida muito comum, de onde venho...

- E de onde vem? Fala tão bem... apesar de sua aparência pensei que fosse brasileiro!

- Sou fluente em muitas línguas... Mas sou de outro lugar... E é tão distante que talvez você nunca tenha ouvido falar... Não tem curiosidade de abrir o livro? Pesei que a curiosidade fosse um atributo de todas as mulheres!!! (rindo)

- Ah, com certeza... Traga-o...

- Mas antes, quero que aceite isso (e me abre uma caixinha metálica com um anel lindo dentro).

- Nossa que anel lindo... não posso aceitar... não posso retribuir...

- Pode retribuir com um sorriso... Não tem idéia do quanto me deixa feliz quando sorri... (Eu não me oponho... ele coloca o anel no meu dedo anelar esquerdo e cabe certinho... Fico olhando pra o anel...Que coisa mais linda! Tudo muito lindo... devo estar sonhando... e aquele vinho laranja me deixa com uma sensação tão boa...)

- Ainda não me disse seu nome...

- Perdoe-me....me chame de Omy...

- Prazer Omy, Guel.

Apertamos as mãos... que mão suave... suave e quente... parece um pêssego de tão aveludada... O que será que ele faz? Deve ser cirurgião...

- Vamos abrir o livro? O que você acha que encontrará dentro dele?

- Não faço idéia, mas é tão bonito!!! E diferente...parece uma caixa de jóias!

- Realmente, tem uma bela capa. O conteúdo pode superar essa apresentação tão rica... Mas e se o conteúdo não for bom?

- Mesmo que o conteúdo não se equipare a beleza da capa, dará um bom enfeite! (rindo muito)

- Você compraria um livro apenas pela capa, menina?

- Não...mas esse é diferente... E por que você pagou tão caro por ele?

- Não foi caro pra mim...

- Realmente, caro e barato dependem de quem paga, né?

- Sim, mas no caso desse livro, ele vale bem mais do que paguei... Posso confessar que tem um valor inestimável... Mais vinho?

- Sim, sim...

Amy pegou o livro e me deu... Eu olhei, examinei e não achei meios de abrir....

- Não sei abrir...

- Sabe sim... deixe-me ajudá-la. (Pegou a minha mão cm sua mão de pêssego quente e encaixou a pedra do anel com uma reentrância da capa. O livro meio que destravou... e emitia uma luz azulada...

- Nossa, que lindo...Tem uma luz saindo...nunca vi nada assim... Ah, era necessário o anel pra abrir?

- Sim, o anel e a pessoa certa.

- Você está querendo me dizer que só eu poderia abrir esse livro?

- Sim, cada livro tem sua própria chave-anel... E só sua dona o abre.

- Muito romântico isso... O que tem nesse vinho? Me sinto tão inebriada e tão à vontade... Tudo que você diz soa tão natural e verdadeiro aos meus ouvidos....

- Mas tudo que digo é verdadeiro... eu nunca minto!

- Engraçado, tenho a sensação de “de já vu”... De já ter ouvido você dizer isso...

- Eu sempre digo isso... sua sensação tem sentido...

- Com será que essa luz sai do livro? Posso abrir mesmo agora?

- Sente-se preparada para o conteúdo desse livro?

- Não tenho idéia do conteúdo! Não posso afirmar... Você conhece o conteúdo?

- Sim, conheço... E posso descrevê-lo pra você... Assim você pode decidir se vai querer lê-lo ou não. Ou você pode sozinha abri-lo e descobrir por si mesma... O que prefere?

- Olha, gosto desse clima de aventura e expectativa... Avoada como sou, em outro momento já teria aberto esse livro...Mas alguma coisa me deixa ponderada hoje... Não sei o que é... Será esse vinho?

- Talvez... Mas talvez você não queria e até tema inconscientemente o conteúdo do livro... Talvez não queira arriscar-se sozinha e prefira que intermedie esse momento. Você é inteiramente capaz de fazer isso sozinha e sabe disso.

- Capaz de abrir o livro eu sei que sou. Mas você é tão gentil... Parece mais seguro do que eu...sei lá... Abra pra mim!

- Se eu fizer isso agora, vai precisar de mim sempre.

- E precisar de você sempre significa ter você sempre a disposição?

- Não dessa forma... Eu, você, todos, somo livres. Podemos criar elos uns com os outros. Mas não podemos estar “à disposição” uns dos outros o tempo todo.

- Também acho...Muito embora muita gente quando arranja um namorado ou casamento pense isso...

- É uma boa comparação... Olhe, isso aqui é um chip... Ele é uma espécie de tutorial do livro. Você pode vê-lo antes de abrir...

- Tem até tutorial... Me responda de uma vez, do que se trata? O que tem nesse livro misterioso que você diz que me pertence?

- O livro guarda todos os seus segredos...

- Meus segredos? Eu não tenho segredos! E se fossem meus segredos, eu não precisaria de você pra acessar meus próprios segredos, não é mesmo?

- Veja bem, a memória é algo pouco compreendido até aqui. Algumas coisas são arquivadas, outras esquecidas... Acessar a memória ás vezes exige um conhecimento que nem todos têm...

- E você detém esse conhecimento?

- Para você eu posso realizar muitas coisas em seu próprio proveito...

- Hummm.... sei... Acho que o efeito do vinho ta passando.... As coisas que você diz não me soam tão verdadeiras e inquestionáveis com antes.

- O efeito realmente passou... Olhe-se no espelho... (E me ofereceu um espelho... Não sei porquê fiquei com medo de me olhar no espelho) Não o tema! Olhe para você mesma...

- Essa não sou eu! Que tipo de espelho é esse?

- Ele mostra o seu verdadeiro eu...

- Eu sempre brinquei com essa história de verdadeiro eu... Longe das máscaras, das aparências e das convenções...

- Mas esse rosto é um tanto diferente do meu... mais jovem... mais sereno... e brilha!! Se eu andasse por aí com esse rosto chamaria muita atenção! (rindo)

- Sim, e é por isso que você tem uma imagem condizente com os seus propósitos...

- Eu escolhi essa imagem? E se eu quiser mudar, posso?

- Pode... atualmente muita gente tem mudado aspectos físicos recorrendo a um cirurgião... O que não se aceita mais em si, se muda. Umas vezes pra o que se considera melhor e outras vezes nem tanto... Mas o que é realmente necessário mudar nenhum cirurgião pode, pois pertence ao interno e suprahumano...

- O verdadeiro eu...

- O verdadeiro eu... Olhe-se novamente no espelho...

Olhei sem medo dessa vez, e começaram a se formar imagens completas de outros rostos diferentes, todos eles eu sentia que eram meus, em diferentes períodos...

- Todas essas imagens foram minhas um dia?

- Exatamente. Há apenas um traço comum entre elas, percebeu?

- Sim, a atitude do olhar... É com se eu tivesse invariavelmente o mesmo olhar... Não exatamente os mesmos olhos físicos, mas um não sei que no olhar...

- Você tem em mãos agora o seu próprio livro. Há muito que o vem escrevendo e a cada dia continua a escrevê-lo. Pode abri-lo e vasculhar o seu próprio passado, pois ele é um portal que se liga ao tempo e ao espaço.

- Novamente sinto como já tivesse me dito isso...

- Já lhe disse isso muitas vezes antes...

- Então ao abrir o livro eu não vou sair daqui... Vou apenas relembrar o que vivi, é isso?

- Ao abrir o livro você não continua exatamente aqui, pois não é apenas uma observadora das imagens e acontecimentos. É como se você estivesse lá, sentido tudo, afinal ocorreu com você. Essa é uma das formas de abordar seus capítulos passados. Para os capítulos que você ainda não escreveu é diferente...

- A minha dúvida é uma só: eu vou sair daqui com esse livro ou vou continuar no mesmo lugar?

- Depende... Você pode atingir um nível em que lhe seja possível transcender ao lugar físico em que vive atualmente. Você não pode desmaterializar-se e pronto. Mas pode viajar a muitos outros lugares diferentes desses que já conheceu.

- E eu preciso do livro pra isso? Ele é uma espécie de amuleto? De chave? É isso?

- O livro encerra conhecimento genuíno, apenas isso. Suas chaves são pessoais. Ao tempo que as coisas lhe acontecem você interpreta com os seus sentidos os fatos.

- Isso não está acontecendo?

- Eu estou aqui. Não sou fruto de sua imaginação. O anel é seu conhecimento, que precisa ser aprimorados para abrir seus próprios acessos.

- Eu não bebi nenhum vinho inebriante que me facilitou a comunicação com você?

- Não. Você bebeu vitamina C antes de dormir... agora acorde! Tente recordar o melhor possível desta conversa!



Eu acordei. Peguei o celular e olhei o horário. Eram 4h e 25 min. Pareciam tão reais os dois sonhos. Comecei a analisá-los. As mensagens pareciam mais ou menos as mesmas. Só que no primeiro sonho eu comprara o livro precioso muito baratinho. Mesmo sem saber de seu valor, não queria entregá-lo pro Omy. Ele foi me parecendo um conquistador barato e depois desingrolou com a história do ET. Em seguida o mesmo livro, só que caro, comprado por alguém que não eu e que me parecia mais real. Mas me foi ofertado e mesmo assim eu não abro o livro totalmente. Apenas vislumbro sua luz azul. Me antecipo em saber primeiro o que há no seu conteúdo...



Não consigo achar um sentido muito claro. Paro de pensar no assunto. Omy bem que podia ser meu subconsciente me alertando pra alguma coisa. Ou podia simbolizar uma espécie de anjo da guarda que eu sei que tenho mas com o qual não consigo conectar direito. O fato é que quando comecei a escrever esses capítulos o livro era um portal que levava a outra dimensão. E eu ia pra lá. E voltava diferente. Isso eu sonhei de verdade, não é criação apenas. Quer dizer, quem disse que os sonhos também não são criações de nossa própria mente? Depende, né?



No tal sonho, não tinha livro nenhum... Aliás, eu deveria escrever sobre isso... Quem sabe outro dia?


Posto de observação








Não sei mais olhar pra ninguém

Sem avaliar de forma geral

Vejo aspectos sutis

Apelos infantis

Todos os defeitos também

E chego a conclusão

Não existe solução

Para alguém com eu



Não quero o par perfeito

Mas não quero me iludir

Todo mundo tem defeito

Todo mundo pode errar

Eu não tenho é paciência

Pra quem ainda vai se tornar

Vai se construir

Vai vir a ser

Vai emergir...



Eu quero encontrar alguém concreto

Com o sentimento aberto

Pronto pra se entregar

Alguém que não tenha medos

Nem angústias

Seja inteiro

E repleto

De sonhos para repartir



Então, eu não estou em busca

Deixa vir

Na hora certa

Os anos passam e eu nem envelheço

Porque sei que permaneço

No meu posto de observação

Caso você me encontre

E me compreenda

Nunca deixe de dizer

O que é bom pra mim

E o que e bom pra você...



Salvador, 13/11/2012 14h

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Reflexões pós Itacaré

Você é feliz? Sim? Não? Ás vezes?
Como, onde, quando e por que você se sente feliz?
E o contrário?
Você é infeliz?

Por que será que prazer em viver, satisfação em fazer o que está fazendo, alegria irradiando dos seus olhos é algo tão difícil?

Tem horas que é preciso parar e reflexionar... o que estou fazendo das escolhas de minha vida?
Escolhi a pessoa certa pra me relacionar? A profissão que tenho é algo que ainda me motiva todas as manhãs ou se eu pudesse faria outra coisa? A família é como eu gostaria? E os amigos? Tenho amigos de verdade? Os do Facebook não valem...quer dizer, existem amigos reais lá também, mas se você não encontra com eles fisicamente nunca, sinto informar que eles estão mais para virtuais do que pra reais.

Os dias tem sempre 24 horas, mas nunca são iguais. E por mais que uns dias pareçam durar mais que outros, eles tem o mesmo tempo, só que as sensações, boas ou ruins interferem nessa percepção de tempo!

Mesmo com uma rotina de trabalho de 6 horas diárias (já teve períodos que trabalhei os três turnos!), dois filhos adultos (mas que moram comigo!) e um mestrado em curso, eu encontro um tempo pra fazer o que me dá prazer. Viajar por exemplo! Fotografar! Ler! Rir com os amigos! Às vezes sinto falta de um parceiro, um namorado... Mas não sou menos feliz por ser solteira! Adoro essa minha liberdade e convenhamos que ninguém precisa estar em "dupla" pra estar completo, né? Aliás, tem muita gente casada, em relacionamentos e muito infeliz justamente por isso.

No mais, eu tenho meus estados de felicidade e de completude!Nem tudo está perfeito em minha vida, porque nada é perfeito nesse planeta, né? Aliás, quem precisa estar "perfeito"? Imperfeições é que nos movem em determinados sentidos, não?

E sim, eu sempre quero brigar com alguém nos meus dias de TPM! Tenho preguiça de pintar os fios brancos que insistem em aparecer, não gosto de ir na manicure, estou acima do peso e queria dormir e acordar com um corpo com uma taxa de gordura mínima! Eu sou humana! Mas por outro lado, colocando tudo na balança, eu tou bem comigo mesma! Essa relação que a gente estabelece com a gente mesmo não é uma coisa fácil e muito menos simples. Às vezes queremos que nos entendam. Mas como, se não nos entendermos primeiro?




E óbvio que tem um zilhão de coisas que podem ficar melhores... um monte que eu poderia eliminar, se realmente quisesse... Mas, pra que? Por que e quando? Sei não... Só sei que por hoje tá tudo caminhando...como tem que ser...

Ah, as fotos acima foram tiradas entre 07 e 09 de setembro de 2012 em Itacaré e Cachoeira da Pancada Grande (Ituberá). São cenários lindos e de tirar o fôlego sim! Mas as pessoas que fizeram parte desses dias é que dão significado ao lugar, ao tempo e aos momentos!

Amigos, é sempre muito bom ter vocês por perto! E os que não puderam ir, que pena... Vamos na próxima viagem! Já tem data! 11 a 14 de outubro, Festival de Música de Lençóis!

Salvador, 13/09/2012




terça-feira, 31 de julho de 2012

Prazeres sem nexo



Toda vez que te encontro
Me sobe um calor de pronto
Me dá uma vontade sem nexo...
Porque quero você sem medo
Te sentir cada vez mais de perto
Não há  mais nenhum segredo
Não me diga que é apenas sexo...

Rimos das bobagens que dizemos
Às vezes superficialmente percebemos
O quanto não nos arriscamos
Pode ser cautela
Pode ser um engano
No fundo eu não me exponho
E nunca sei quanto te perco
E muito menos como te ganho...

E mesmo com minha rotina tão pesada
Lhe pareço uma boêmia, descansada
Que emerge nas noites e se diverte
E flana por novos rostos e lugares
E pisa em solos sem alicerce
Pode ser... um dia tem tantas horas
Só você é que não sai de sua mesa
Pra me ver e pra me dar a certeza
De que é possível priorizar prazeres
Mesmo que vivamos sem eles
Mesmo que durem uns minutos...

Salvador, 231/07/12   13:56h



PS - Pensando bem, sou mesmo meio "Flâneur"...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Flashes



Esse mundo instantâneo...
Esses sentimentos estranhos
Gerados em minutos que nunca se repetirão

Onde vem
Onde vão
Ficar
Além de levemente guardados
Na memória...

Porque é tão fácil se abrir
E deixar invadir
E tão difícil se entregar?
É tão ágil o fazer
E depois é só deixar morrer
Não mais alimentar...

Onde estão
As farpas da ilusão
Que nos fazem despistar
O gosto da emoção
Que vibra e vai embora
Pela porta do adeus que não se dá...

Salvador, 24/07/12 23:16h

Obs: Para isso servem os bons amantes...inspiram mesmo depois de meses...Ahhhhhhh!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Muro



Por que sorrir pra mim?
Assim desse seu jeito tão maduro
Ás vezes eu posso voar
E ao mesmo tempo estar
Em cima desse muro...

Dois lados pra gente percorrer
E eu posso nunca mas te ver
E deixar morrer
Saudades e lembranças

Um tempo pra se descobrir
E não se proibir
E não se escusar

Uma hora a gente vai parar
E apenas se olhar
Esquecendo de tudo...

Um dia pra não me demover
Da vontade de saber
Os limites do seu muro...

Cruz das Almas, 25/06/2012    17:40h

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Seus desejos serão atendidos!!!

Recebi por e-mail uma proposta. Era simples! Se eu desse alguns clicks poderia ter três desejos realizados. Tinha um contrato imenso...ms a gente nunca lê e eu fui adiante... "Li e concordo"...uns 4 "Li e concordo" depois, o espaço pra dados sigilosos...Eu acho hoje, que aquela musica hipnótica que ficava tocando no site mexeu alguma coisa no meu cuidadoso e parcimonioso cérebro...O fato é que paguei pelo tal gênio dos três pedidos...Pus endereço, telefone, número do cartão... E se prometia ser tudo muito rápido... Análise do pedido, viabilidade, etc e tal...

Cliquei em finalizar...
Fui no banheiro tomar banho, que tava um calor infernal... Mal comecei tocou meu celular. Oh, desespero essa vida de solteira... Quem poderia ser numa sexta a noite? Melhor atender, né? Saí molhada...Era "número confidencial". Era do site. Mas já? Foram feitas algumas perguntas mais... Não acreditei muito... mas por 10 parcelas de R$ 100,00, meus três desejos tavam até baratos!

Recebi instruções no e-mail.Uau!

No sábado, lá vou no local indicado. Não tem como não descarregar uma adrenalina, né? O desconhecido é tão sedutor!

"Dlig dong"... eu apertando a campainha...
Abre a porta (como pedi), um sujeito de aparência normal, mais alto que eu, usuário de óculos, super descontraído na sua bermuda bege e camiseta cor de burro quando foge... Abriu um super sorriso (também especifiquei isso), mas me parecia tão natural!!! Estiquei a mão para cumprimentá-lo, mas ele me abraçou e disse:
- Que bom que você veio! Estava te esperando...
- Ahnnnn....tudo bem?
- Tudo ótimo!!!
- Aceita um vinho?
- Claro.

 Pensei que afinal dentro dos "desejos" que o site propunha realizar, as coisas não eram superficiais... Em menos de 24 horas me arranjaram um "realizador de desejos" como pedi... Mas continuemos...

- Estou curiosa... Afinal nunca fiz uma coisa como essas... pode me falar de você?
Sempre rindo e parecendo muito à vontade, o cara respondeu:

- Sou exatamente o que você acredita que sou...
- Um ator? Um acompanhante? Um stripper? Um massagista profissional e íntimo? (Ele gargalhou nessa hora)
- Não... nada disso... apenas um homem... real...
Baixou a taça de vinho e ficou me olhando... eu estava decidida a olhar mais ainda... mas baixei a vista... Devo ter ficado com as bochechas vermelhas...

Sei lá como, fomos nos aproximando...aproximando... e ele falou...

- Antes de qualquer coisa... preciso te dizer uma coisa...
- Pode falar...
- Não sou quem você está pensando...
- Não estou pensando nesse momento...
- Não sério... meu primo é que mora aqui... trabalha pra uma agência de "fantasias", segundo me disse...
- Ai meu Deus! E você sabe o que vim fazer aqui?
- Sei... relaxe... li o seu "script"... Meio às pressas... Meu primo torceu o pé hoje de manhã, menos de meia hora antes do seu horário, quando voltava das compras do vinho e ingredientes do almoço que você solicitou. Não poderia cancelar o seu encontro... Me pediu pra quebrar essa pra ele... Seria terrível pra ele cancelar de ultima hora... seria perder o emprego, que segundo ele paga muito bem...
- E você, bom samaritano... Ai, é tão complicado isso....não sei onde estava com a cabeça quando fui clicando, clicando...
- Olha, eu gostei de você... pensei que poderia ser difícil pra mim, pois segundo meu primo tem "clientes" de todo tipo... e os desejos não são comportados como os seus...
- AH, VOCÊ ACHOU COMPORTADOS?
- Achei... você só pediu um cara romântico que passasse o dia com você, cozinhando, tomando vinho, dançando essa lista (e mostrou a lista impressa)... Aliás, seu gosto musical é igual ao meu...adorei a lista...
- É, não pedi nada demais mesmo...
- Temos no programa passeio no Parque da Cidade de bicicleta, por do sol na Barra e finaliza eu te levando em casa... (OLHANDO DE UMA FORMA MUITO SENSUAL NOS MEUS OLHOS, FRISOU) sem sexo! Apenas uma programação de prováveis namorados...
- É, isso tá tão difícil ultimamente...
- O que? Que as pessoas se conheçam e não partam logo pro sexo? É por isso que virou fantasia pra você?
- Sim! Estou cansada de sair com caras que pensam em mim como uma pizza! Ninguém mais quer apenas o prazer de curtir o outro, sabe? Quer assustar um homem, diga para ele que quer algo sério!
- Mas existem os que namoram...
- Na sua idade, talvez...na minha tá brabo o negócio... A maioria dos homens de minha faixa é separado, divorciado, enfim, já conviveram com alguém e estão adorando a liberdade, compreende? Perderam o romantismo (se é que um dia tiveram), não querem cultivar nada, apenas colher  tudo... De preferência tudo ao mesmo tempo!
- Setá que você não está exagerando? Não se pode generalizar... O que há demais em querer sexo?
- Nada...o problema é só querer isso...cansei, sabe? Acho que por isso idealizei esse encontro...E sabia que não tinha mesmo como sair do script...
-Será?
- Claro que não... Se estou até aqui com os conhecidos, imagine com os desconhecidos como você...
- Vamos fazer uma coisa? Esquece a sua lista, seu script...deixa eu conduzir esse dia...aproveitemos a companhia um do outro... Topa?
- Topo, né? O que me propõe?
- Tem que confiar em mim...consegue?
- Hummm mais adrenalina impossível!
- Então vai ser supresa... topa?
- Topo!!

O Adrian (esse era o nome dele) me colocou uma venda... dirigiu cerca de 40 minutos... fomos ouvindo a seleção de músicas dele, que convenhamos só tinha coisa que eu gostava...de flashback, aos meus preferidos de MPB... rimos muito...ficamos sabendo do que fazíamos no trabalho, discutimos filme... Eu tava adorando... De vez em quando eu pensava, e se ele me levar pro matagal e fizer picadinho de mim??? Gente conhecida, tá fazendo pior, imagina os desconhecidos...quer dizer, recém-conhecidos... bom, chegamos!

Saímos do carro...ele pediu pra eu tirar os sapatos... delícia era sentira a grama... Me botou sentadinha...e foi buscar umas coisas ..e eu mais uma vez pensei, "espero que não sejam facas".... Voltou rápido...
Andamos um pouco, eu ainda de venda...
- Pronto, pode olhar!!

Ah, o lugar era incrível... um deck em com vista pro mar... margeado por resquícios de Mata Atlântica...Lindo!! O sol maravilhoso... ele com uma cesta de material de pesca e dois anzóis... um barquinho ancorado mais adiante...

- Nooossa! Que lugar fantástico!!! Onde estamos???
- Ah, você está agora dentro dos meus "desejos" mais caros!!
- Lindo... vamos no barquinho?
- Vamos sim...
Eu tava de bermuda e um top que lembrava um maiô, tipo um body... Não demorou e pegamos um peixe... soltamos, pois era pequeno... depois Adrian pegou um com mais de 1 kg... Ah, que emocionante! Daqui a pouco peguei um também... Só faltei pular de tanta alegria!!
- Estamos num "pesque pague" ??? Tem peixe demais aqui?
- Não!!!! Tem um criatório natural bem abaixo da gente sim, mas não é um pesque-pague... Agora que já temos nosso almoço garantido, vamos nadar?
Nem pensei que meu body branco não era adequado...Tchibum... Ele tirou rapidamente a camiseta e a bermuda e mergulhou de cueca box preta... Hummm... Gostei... não era do tipo atlético, nem parecia frequentar academia, mas foi o corpo que mais me excitou nos últimos tempos...E o que conta é isso, né?
Jogamos água um no outro como duas crianças... rimos do nada...do estar ali... aí ele começou com aquele olhar...
Fomos nos achegando... de repente (não mais que de repente), nossos corpos ficaram muito próximos... as bocas se complementaram... Bom sentir isso... meu coração batia mas depressa e eu curtia muito sentir isso... Não sei quanto tempo ficamos assim... Nos tocando e nos beijando...

Mas eu vou parar por aqui...
Claro que esse texto é pura ficção...  Mas pô, tem partes que seriam ótimas se se tornassem realidade...

Até mais!


Salvador, 15/06/2012    14:21h




quarta-feira, 30 de maio de 2012

Em tuas mãos

Ontem eu me entreguei ao seu olhar
E era arrebatador
Teu jeito de percorrer o corredor
Dos meus vãos vazios...

Plenos, satisfeitos eles estão
Posto que a tua mão
Não esqueceu de os tocar
Um a um...

Me deixe dizer ainda que
Sem nenhuma pretensão
Doce é a quimera da ilusão
Que nos embala por uma tênue noite...

Mais suave ainda é o abraçar e envolver
Mesmo sem saber o que acontece de verdade com você
Pois aprecio um reflexo
E não todo contexto...

E se amanhã eu nunca mais te encontrar
Vou simplemente te guardar
Como uma experiência sutil e concreta
Pois assim como desvendas o mundo com o olhar
Nunca iria me encaixar
Dentros das suas metas secretas...

Salvador, 30/05/2012   11:29h

Escravo de si mesmo

Aprendemos com as pessoas e com as situações da vida. Estamos aqui para isso! Mas para percebemos cada lição, precismaos estar atentos. Levamos anos construindo e acalentando ideias que elegemos para nós e não há nada de errado nisso. É necessário! O problema se constitui em não rever de tempos em tempos essas idéias. O tempo está passando e mudando, pois é plástico, sutil, maleável...

Muito do que escrevo, especialmente em verso, aponta para uma necessidade de liberdade. Mas até que ponto somos livres? Custa-me acreditar que não exercemos o nosso pleno direito e nosso pleno livre arbítrio, mas se esmiuçarmos bem cada situação, podemos encontrar percalços que nos levam a decisões que não rimam com liberdade de escolha, não é? Muitas vezes, soluções existem apenas num quadrante, e optando por isso e não por aquilo, noutro quadrante, estaremos sendo realmente livres?

Não chega a constituir problema para mim a constatação disso. Não me sinto presa a muitas coisas. Especialmente aos conceitos... os pré e os pós... Não sigo a corrente vigente do pensamento contemporâneo para um monte de coisas. Essas construções culturais e efêmeras, não me influenciam tanto. Nem me levo tão a sério em todos os momentos. Gosto de me sentir com diferentes idades e experiências. Não selo as etapas que me fizeram chegar até aqui. Então, convivem comigo a criança sem malícia, a adolescente sem medos e a adulta com coragem. Porque haveríamos de envelhecer apagando as fases que precedem esse envelhecimento?

Aliás, tem gente que não quer envelhecer... eu até entendo. Existem tantos medos  soltos na multidão! Embora eu não tenha maiores medos, não me incomodo com isso. Percebo que para muita gente o envelhecer está relacionado a perder espaço. Perder mobilidade. Perder pessoas. Perder, entende? E a gente vive inserido num mundo de ganhar... tudo que for possível... e instantaneamente! Paradoxal!

Ah (e eu realmente dei um grande suspiro aqui) eu estou bem consciente das escolhas que faço para mim. E optamos o tempo todo. Aprendemos, erramos, acertamos e seguimos adiante. A vida é uma sequência de idas e vindas. De estar aqui e ali. De ontem hoje e amanhã. E por que estou falando de tudo isso? Ah, não sei! Deu vontade! Talvez eu precise dizer mesmo que não sou escrava de mim... consequentemente assim me sinto livre!

Salvador, 30.05.2012 11h 02 min

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Palavras libertárias
















Eu tenho o coração aberto
Mire certo
E acerte o alvo...

Conheça o universo que me rodeia
Saiba de meus vínculos e teias
E decida se é esse um terreno
Em que semeias
Flores, fases e sonhos...

Eu olho dentro de suas palavras
Todas elas apoiadas
Num forte sentimento de verdade pertinência...

Pra mim, que sou livre e libertária
Fica a promessa óbvia e clara
De crescermos em direção um do outro

Um pouco mais
Ou mais um pouco?

Salvador, 18.05.12   01:04h

A Ribeira é inspiradora!















Hoje choveu o dia todo. Mesmo com uma tremenda dor de cabeça, fui com o Alexander (do CS de Juiz de Fora) no Pelourinho e depois na Ribeira. Eu acho a Ribeira, com aqueles tantos barcos acorados um beleza!

Pegamos um barco que em cinco minutos nos levou à Plataforma, mas o restaurante "Boca de Galinha" não abre dia de quinta... aí tiramos fotos de uma ruína de uma Fábrica e voltamos.

O guarda-chuva que foi comorado no Pelo nos deixou na mão. Aí sentamos num restaurante a beira mar,comemos uma moqueca de dourada e passamos horas lá papeando...

Íamos também no Bonfim e Humaitá, mas definitivamente a chuva atrapalhou...

São Pedro não quer conta!!! (risos)

Como diz a postagem abaixo sobre o amor, estou colocando em prática o que recomendo. De coração aberto compartilhando com as pessoas o que tenho de melhor... Olhando para o que cada pessoa traz de melhor! Já reparou como cada pessoa nos ensinaalguma coisa???

E hoje eu tive o prazer de fazer duas novas amizades muito legais! Muito bacana!!!Especialmente quando encontramos pessoas com afinidades, né????


sábado, 31 de março de 2012

Intimidade virtual















Ás vezes eu me pego pensando em você
Nas coisas boas que podemos fazer
E nas muitas que apenas simulamos



Foi bom ver você na minha tela
Tão moderno é o nosso encontro dentro dela
Nem te toco, nem sinto teu cheiro
Mas te olho, te acompanho...
Tu me segues
Eu te sigo...
E assim, entregues estamos



Talvez seja mais fácil assim
És um amigo tao querido pra mim
E eu me pego sorrindo
Das nossas peripécias
Diálogos e trocas de profunda intimidade
Onde nos conectamos um ao outro
E nos desvinculamos de nossas realidades...



Salvador, 31.03.12

domingo, 25 de março de 2012

No terreno da liberdade















Eu posso pensar em você
E no mesmo instante estar ao seu lado
Seja você um ídolo da minha juventude
Um ícone da minnha geração
Um simples meteoro que passou
E jamais vai voltar novamente

Não somos totalemente livres
A não ser no terreno da nossa mente...

A consciência que liberta
Não está à venda
E não podemos encomendá-la na internet
Nem conquistá-la com um clique de mouse

O mundo muda embaixo do meu nariz
E eu continuo a acreditar nas coisas boas de antigamente
Na confiança
De que tudo pode se tornar melhor...

E reinvidico para mim essa liberdade de voar
Acima das dores humanas
Acima das ilusões
No terreno vasto da liberdade
Não sei ao certo até onde ele vai
Sei que o piso e continuo
Olhando pro infinito....

Salvador, 25/03/12   18h 14 min

Bom de ler esse poema ouvindo o Morten Harket


Por que temos medo de amar?


Eu faria melhor se falasse disso por meio da poesia... Mas vamos lá, isso não dá pra ser tão sintético assim. Você pode ouvir Monte Castelo, pra entrar na sintonia!
Pense bem, qual foi a última vez que você amou alguém? Quando seu filh@ nasceu? Quando se envolveu com alguém especial? Quando, heim?
Toda vez que pensamos em "amar", parece que soa como um "acontecimento" marcante na vida da gente e não uma coisa natural e que deveria ser mais frequente, né? Para amar precisamos reduzir nossos muros pessoais e eliminar de vez nossas trincheiras emocionais! A imagem acima me reporta ao amor... O que ela diz a você?
Amar não é fácil! Mas não é fácil por que? Porque estabelecemos uma série de pré-requisitos? E nesses pré-requisitos ninguém merece mais o nosso amor? É isso?
Bom, meu coração, meus braços, minha mente estão abertos para o amor. Não apenas o amor dos amantes. Mas o amor dos amigos, das pessoas, das conversas e das latitudes (não pense que escrevi errado...é latitude mesmo...sem fronteiras). Um amor irrestrito, sabe?
E quem quiser me amar, que me ame também! Pelos meus defeitos (ninguém é perfeito, é?), pelas minhas qualidades, pelas coisas que me fazem singular. E eu farei o mesmo. Eu tenho tempo e disposição para o amor! Eu tenho espaço e pertinência para o amor... e eu até tenho alguma paciênica, imagine!!! Não fique me achando uma pessoa deseperada por alguma coisa. Eu tou muito bem amando a mim mesma também! Porque se você não se ama na medida de sua necessidade, certamente terá dificuldade em amar os outros também!
A família não é o único reduto do amor e das afeições verdadeiras! Os laços de sangue são uma premissa, mas não existem limites para as teias afetivas. Agora cada um de nós de certa forma escolhe até onde vai, até onde para... Tipo assim: "Sou feliz com minha família, estou complet@!" Não acredito nisso. Quando nos deixamos livres para amar tudo e tod@s, isso vai crescendo... crescendo! E aí, nos liberamos do apego! Porque o apego, o ciúme e a posse não são "formas" de demonstrar amor! Que nada! Apego, ciúme e posse são sentimentos relacionados ao medo! E quem ama não tem medo! Tem?
Ah, tanta gente já falou coisas lindas e emotivas sobre o amor... Eu mesma fiz milhares de poemas falando de paixão... mas de amor mesmo, pouco escrevi! De paixão eu entendo um bocado. Tanto que sei examente diferenciá-las!!!! Paixão é envolver sentimentos complexos... é querer tudo que se dá de volta. Preferencialmente em doses ainda maiores! Amor não tem isso! Não ficamos lá esperando nada! O verdadeiro amor não cobra!
E assim, com esse sentimento de amor saindo por todos os poros é que concluo : não espere que alguém venha até você e te dê o amor que você acha que precisa. Ame as pessoas de perto de você. Sua família, seus amigos, seus colegas de trabalho... E seja gentil e paciente com tod@s... Não importa se as pessoas não serão assim com você! Não quero saber se o mundo é perverso! Eu não sou perversa e fim! Não importa se muita gente está perdendo a educação e o respeito! Eu não perderei nunca a educação e o respeito! Importa que eu faça o que acho importante e bacana. Que não espere que façam isso por mim, entende?
Então, diposto a amar mais? Começe com um sorriso... sorria pras pessoas... elas podem devolver o osorriso ou não... Não espere que devolvam. Apenas sorria por estar tão bem com você mesm@!! E irradie amor! Do seu jeito! A vida fica mais bonita quando atribuímos beleza a ela!
Você conseguiu sentir empatia nesse texto? Pois é... não dá pra gente viver sozinh@... precisamos uns do outros! E todas as pessoas podem ser contagiada com o nosso amor!
Onde está esse amor todo? Oxe, procure dentro de você e ache! Porque você é um dínamo do amor!
Ahhhhhhhhh...respire fundo e se comprometa : amar mais a paritr de agora! Sem limites, sem amarras e sem tempo pra acabar!
Não gosto de tudo que est´escrito na Bíblia. Mas acho muito bacana essa parte, ó:
Coríntios 13
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."

segunda-feira, 19 de março de 2012

Distâncias virtuais

Estou pensando nas distâncias que nos separam
Nas coisas inauditas
Nãos mais acreditas
Que somos tão individualistas...







Eu amo a lua presa no céu
Nas noites de voz e violão
Sinto a Terra girando
Sinto que somos uma espécie de pião...

Roda, gira, vai e volta...
Grande é a emoção
De saber que todo mundo tem uma permissão
Pra dizer sim e sentir não...

Eu amo o sol preso no céu
Nos dias quentes de nuvens poucas
Loucas são as bocas que não se tocam, mas se querem...

Nuas são as suas palavras no celular
Ditas pra despistar...
Como despidas de senso e investidas de tédio
São as mensagens que trocamos virtualmente
Frio é o calor que não se sente...
Deve ser assim pra sempre?

Salvador, 19/03/12

Puvindo muito Adele...

quinta-feira, 15 de março de 2012

A vida é dividida em episódios - Mais de Bauman


Acabei de ver o vídeo com Bauman http://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4Aà medida que ele discorria, de forma clara e trasnparente sobre aspectos de fragmaentação da vida humana, fui fazendo um esforço para não apenas acompanhar seu pensamento, mas inferir sobre ele.


E vou me pegando concordando com o que ele vai dizendo, assim, sem meias-voltas.
"A vida é dividida em episódios" por si só já dá o que relfexionar... E o episódio que vivemos hoje é um constructo complexo e permeável, não é?


E essas formas de vida "atrativas e tentadoras" que buscamos ter/copiar/comprar/merecer não pode ser receitada e adquirida na farmácia da esquina... Na mudança da sociedade de produção para a sociedade de consumo, o que realmente ganhamos e o que perdemos?


Ele pergunta e eu "repergunto" : "Qual é a mudança mais duradoura que vai influenciar nossos netos/próximas gerações/?" Sei não, mas talvez seja a forma como se multiplicam as conexões, as relAções e as interdependêcnias. Porque, finalmente, estamos todos conectados uns aos outros. Por mais individuais que aparentemente pareçamos... Isso também serve de reflexão...


"Estamos todos no mesmo barco". O barco da concetividade e da virtualidade. Da instantaneidade... Da quebras dos laços afetivos e da proximidade das comunidades e vidas virtuais.


Quando ele fala que a natureza sofre com a "gestão humana", eu penso paralelamente que essa gestão nos levará um dia ao caos... Caminhamos pra lá...e eu sou otimista, viu?


E o que seria essa "Ágora moderna"? Sei não, você sabe? (http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora)

Bauman acredita que a modernidade começa com a revolução que deixa pra traz a personificação da individualidade e abre, para todos e em rede nacional nossos segredos... Não é assim atualmente? Estou eu aqui de prova, com um blog cheio de referências autobiográficas... Uma rede de amigos no Facebook de não sei quantos amigos... E fotos inúmeras lá expostas, pros amigos verem. Aliás, não sinto essa solidão das redes sociais porque não estou conctada a ela somente. Mas concordo que é muito mais simples "conectar" ou "desconectar" um pseudo amigo virtual do que lidar com as "dores e delícias" de um amigo do real.


Então,mesmo estando completamente inserida nos laços humanos virtualizados, valorizo os de verdade. Para mim a vida não está em rede, mas está sim, como Bauman afirma, para uma grande maioria de jovens. Esses que já nascem com chip na cabeça... on line, lógico!

Press delete e acabe com um amigo indesejável...simples assim....

Solidão e multidão convidendo dentro e fora de nós o tempo todos. E é tudo tão ambivalente! E aí ele cai em dois "valores essenciais" : segurança e liberdade... "Segurança sem liberdade é escravidão"... É mesmo né?? Lembra da última greve da Polícia Militar?? Que loucura, minha gente! Pensa nisso à luz de Bauman...
E " liberdade sem segurança é o caos"... Vivemos o caos...e nem sei até que ponto estamos realmente fora dele... Mas eu sou otimista...temos que lembrar disso....

Enfim, buscamos a felicidade. E não existe fórmula... A vida de Sócrates foi perfeita pra ele... Mas cada um de nós tem que seguir o seu caminho, não o dos outros.... Porque para "cada ser humano há um mundo perfeito feito especialmente feito para el@."

Acho que o grande lance de bons autores, é essa simplicidade com que dizem as coisas complexas. Na entrevista, Bauman é um velhinho de sombrancelhas enormes (no sentido de volumosas), agitando um cachimbo de vez em quando. Um pacato velhinho metade careca... Com uma voz forte e pausada. Dava pra entender muita coisa sem a legenda... Mas o mais importante, o mais importante mesmo é esse episódio de amanhã... Porque o de hoje já foi escrito...E está quase se inserindo no passado.

Salvador, 15/03/12 19:40

Homens pós-modernos - Capítulo 1


Economizei o 13º e mais umas economias durante o ano inteiro. Deixei de ir a várias coisas....Happy hours principalmente. Apesar de acreditar que essas coisas favorecem a socialização, tinha chegado a conclusão que o pessoal do meu trabalho, a maioria casados, não ajudava em nada o meu plano de sair da solidão de uma vez por todas.
Finalmente eu tinha os cinco mil euros necessários pro meu sonho de consumo... Abri o site e fui minunciosamente escolhendo... Tinha de todos os tipos e gostos e com todas as especificações possíveis... As fotos do produto eram de uma qualidade!!! Parecia um troço meio tridimensional, sei lá!
Tinha uma opção, um pouco mais cara, onde você podia escolher o seu produto a partir de características já existentes... era uma espécie de quebra-cabeças... Você pegava o rosto de um, a boca do outro e ia montando... Tentei isso, mas criei uma criatura muito bizarra e decidi por um modelo pré-pronto...
O modelo era loiro, olhos azuis, 1,86 m, falando 6 idiomas, vegetariano, espirituaista... Incorporei a sua memória todos os estilos de filme que gosto, meus autores preferidos, habilidades artísticas, espírito de avenura... Ah, o cara também tinha uma performance romântica e tiver que pagar mais R$ 500,00 pra meu modelo vir com um kit de funções sexuais das mais variadas... De sexo tântrico a todas posições do Kama Sutra e massagens profundas... Conclui o pedido... e começei a sonhar com a chegada do meu modelo experimental... Um protótipo humano... Desenvolvido na mais alta tecnologia e importado da ... Ops, não posso contar!
Duas semanas de expectativas depois, chegou meu "homem"... Ele não veio numa caixa, como imaginei. Veio de avião, desembarcou no aeroporto, como todo mundo. Era tão perfeitamente humano que eu pensei : isso não pode estar acontecendo!!! Eu esperava uma espécie de boneco que simulava vida... Mas estava ali na minha frente uma pessoa... Com memória, passado, cheiro, apetite, tudo!!! E tava bom, viu??? Tinha tudo que eu pedi... e eu doida pra testar o kit extra, né?
Saímos de noite pra enocntrar meus amigos e apresentei o "meu ciber-homem" pra todo mundo como um amigo... Até o Português ele falava com sotaque, como solicitei. Eu tocava nele de vez em quando pra entender que maravilha tecnológica era aquela... Rapaz, aquilo era pele... transpirava e tudo mais... Por cerca de 12 mil reais eu não poderia ter adquirido algo tão maravilhosamente perfeito! Era um sonho!!!!
Na primeira noite em que ele foi dormir lá em casa, conversamos.
- Me explica como você funciona. Cadê seu manual de instruções? Como você come, bebe e age tão perfeitamente como um humano, heim?? Tou besta!!Pensei que você seria de uma borracha melhorada e ia ficar parado lá na minha cama....
- Eu sou humano, princesa...
- Sei, sei... está no seu script dizer isso.... Mas me chame de "rainha"... Mas me conte... Como sua tecnologia é tão avançada?? Você tem até passaporte!!! Como é isso?
- Você não deve ter lido todas as cláusulas. Na empresa para qual trabalho, há protótipos experimentais semi-humanos... Eles são desenvolvidos com células parte humanas, parte desenvolvidas com alta tecnologia... Mas são caríssimos e precisam ser monitorados de perto.
Um brasileira adquiriu um desses e ele fará parte do nosso círculo de amizades, para que eu possa monitorá-lo...
- Sério? Compraram um desses? Eu vi... esses a gente podia botar as características físicas e psicológicas que desejasse... mas eram os olhos da cara! Nem em cem anos de economia eu poderia comprar um!
- Exatmente, querida! Ao optar por um modelo dos mais baratos, sua escolha recaiu sobre um ser humano disposto a atender às suas expectativas por um ano. Você escolheu a mim e fico feliz por isso. Estamos conciliando duas espécies de "tarefas"...
- O que? Quer dizer que eu paguei tudo aquilo pra ter você só por um ano? E ainda por cima você é humano....com vontade própria e tudo mais?
- Sim, sou... É uma espécie de contrato por um ano. E como sou humano, todas as minhas despesas de manutenção no decorrer desse período correm por sua conta! Você aceitou tudo isso...está no contrato!
- O que?? Então eu gastei todas as minhas economias pra pagar uma espécie de "garoto de aluguel" permanente por um ano? Não foi isso que eu entendi... Vou desfazer o contrato.... que absurdo!
- Calma... Não é uma relação meramente comercial. Eu sou humano e aceitei vir para cá. Vi todos os seus dados, pois o perfil que você preencheu é bem completo. Gostei de suas fotos. Não é bastante escolher e ter o humano. Com os semi-humanos também não. É um acordo, entende?
- Não, não entendo... estou me sentindo ludibriada! Pensei que eu ia ter um brinquedo em tamanho real pra toda vida... Aí vem um cara que tá aqui se "alugando"... Eu não quero isso!
- Eu não estou me alugando... Estou aqui por vontade própria também. Ao fazer o seu perfil, você também se "disponibilizou" na empresa... Lamento que não tenha lido todo o contrato...
- O que? Como assim? Era um contrato enorme, todo em inglês... eu só traduzi a primeira página e aceitei... Até onde li estava comprando...comprando, entendeu, um robô expimental e aceitando participar da "pesquisa"...
- Participar da pesquisa inclui receber humanos pra "estagiar" por um período determinado com você, querida! Lamento que você não tenha lido. Lhe restam duas opções: 1 - aceitar que não me "comprou", nem me "alugou", mas me escolheu pra viver experimentalemnte por um ano com você e que eu escolhi você por esse período. 2-Pode se recindir o contrato a qualquer momento, sem receber nada de volta.
- Desculpe, com é mesmo seu nome?
- Fred...
- Desculpe Fred...é muita informação... preciso de uma noite pra pensar... Você está aqui por que quer? Você é um homem lindo, perfeito... Por que estar fazendo parte desse "projeto" pra conviver com pessoas que nunca viu? E essa monitoração, o que é isso?
- Talvez eu esteja cansado das coisas convencionais que o mundo traz, querida. Você, por exemplo, por que buscar "comprar" um objeto se pode conquistar um homem de verdade a qualquer momento?
- Ah, meu filho...não é assim que a banda toca não... Na minha faixa de idade está cada vez mais difícil encontrar um namorado... Quem dirá um parceiro... e eu quero um parceiro, entende?
- Sim, um parceiro... sexual apenas? Pensei que você também quisesse companhia... Se sente só?
- Ah, Fred (disse supirando e parando os olhos num ponto fixo qualquer)... Eu queria muitas coisas... Façamos o seguinte... Você está aqui... Vamos aproveitar da melhor forma isso...
Vamos dormir?
- Sim, claro...antes preciso escrever um pouco na net... coisa rápida...
Sentou-se com seu notebook de última geração no colo... Eu fui tomar banho... Fiquei pensando em como seria essa experiência e realmente tentada com o que eu esperava que fosse o "meu homem"... Fred era não apenas perfeito de rosto e corpo, mas um cara centrado, buscando outras coisas na vida além do divertimento, do prazer... Sua conversa era rica de histórias e referências à espiritualidade... E eu tinha gostado dele de verdade.
Eu estava tão ansiosa que tomei um banho rapidinho... Saí do banho e presenciei uma coisa estranha... Fred rapidamete deconectou um fio do note de um pequeno furo no seu pulso...
- Não sabia que tomava banho tão rápido... (Disse ele sorrindo, com aqueles dentes perfeitos)...
- O que é isso que você desconectou do seu pulso? Você me convenceu que era humano... Captou minha confiança... Como se explica esse furinho aí no seu pulso?
- Calma, querida... (veio em minha direção... me abraçou de forma envolvente.... ajeitou um pouco meus cabelos... me ohou bem nos olhos... QUEM RESISTE A ISSO?)
- Seja lá o que você for, Fred, eu quero a verdade. Não omita, não esconda... seja você mesmo. Eu aceito você do jeito que você é...
Ele fez sinal de psiu... Sorrindo, começou novamente a acariciar meu cabelo... meu rosto... meus braços... Olhando firmemente nos meus olhos disse:
- Preciso de um tempo para confiar a você o meu passado, a minha história... Você pode confiar em mim assim mesmo?
- Posso... ( e retribuí a o carinho... carciando seu rosto másculo e perfeito)...
Salvador, 15/03/12 16:02h
Fim do capítulo 1... como disse em outros textos, tudo que escrevo ou é real (poesia) ou tem um "quê" de ficcional. No caso acima, é óbvio que uns 99,9% é ficção (risos). Me inspirei no Fred, um novo amigo francês que o CS (CouchSurfing.org) trouxe de alguma forma. A descrição física é dele... Caso um dia isso vire um roteiro (kkkk), o papel é dele, claro... Mas será que ele aceitaria???? No mais, tudo é possível... Será que não já circulam "semi-humanos" por aí???